Arábia Saudita diz que pode cortar produção de petróleo caso preços continuem a cair

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A Arábia Saudita disse que, caso os preços do petróleo continuem a cair, vai pleitear uma queda na produção do produto entre os países da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) para “atingir um preço correto e apropriado”.

Em entrevista para a “Bloomberg”, o príncipe Abdulaziz bin Salman, ministro da Energia da Arábia Saudita, disse que a Opep+ tem “a capacidade de reduzir a produção a qualquer momento e de maneiras diferentes”, diante da queda dos preços do petróleo, que foi de quase US$ 120 por barril em junho para cerca de US$ 95 por barril em agosto.

Segundo o príncipe, o mercado do petróleo entrou em “um círculo vicioso perpétuo de liquidez muito baixa e volatilidade extrema”.

“O mercado está em um estado de esquizofrenia e isso está criando um efeito ioiô, enviando sinais errados num momento em que mais visibilidade e clareza são necessários mais do que nunca para permitir que os participantes do mercado gerenciem com eficiência os enormes riscos e incertezas que enfrentam”, disse o príncipe saudita. “O ciclo negativo aumenta com alegações infundadas de que há uma queda na demanda e notícias repetidas de uma grande quantidade de oferta ao mercado.”

A Opep+ anunciou um leve aumento de produção no início de agosto, medida que agradou países que vêm sofrendo com a alta dos preços de energia, como os EUA e a Alemanha. Semanas antes da decisão, o presidente americano Joe Biden viajou para a Arábia Saudita, em parte para pressionar o país a aumentar a produção de petróleo para ajudar a manter os preços sob controle após a invasão da Ucrânia pela Rússia.

Os comentários do príncipe Abdulaziz sugerem que a Arábia Saudita está descontente com a última queda nos preços do petróleo. Há muito tempo, o país argumenta que o aumento do investimento no setor de energia é necessário para ajudar a atender à crescente demanda global e alertou que há pouca capacidade disponível para aumentar ainda mais a produção, caso a oferta russa caia acentuadamente sob as sanções ocidentais.

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