Após embate com ministro sobre combustível, Prates diz que só tratou de plano estratégico com Lula

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O Globo

Após reunião de mais de uma hora com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os ministros Alexandre Silveira (Minas e Energia) e Fernando Haddad (Fazenda), o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, disse que não houve debate sobre o preço de combustíveis. Segundo ele, os integrantes do primeiro escalão trataram do plano estratégico da companhia, que será apreciado na próxima quinta-feira.
Desde sexta-feira, Silveira e Prates entraram em um embate público sobre o reajuste de combustíveis. Enquanto o ministro de Minas e Energia pressiona pela baixa nos preços, o presidente da Petrobras defende a manutenção da política da estatal.
— Não viemos discutir plano de combustível. Hoje não houve discussão de combustível — disse Prates, ao sair do Palácio do Planalto.
Ele reiterou que os preços de combustíveis não são decididos em reuniões como a que ocorreu nesta terça-feira. Acrescentou ainda que, na conversa, foi discutido sobre o plano estratégico da empresa.
— A Petrobras é que decide preço sobre combustíveis. Agora, claro, não existe um pedido neste sentido. Nós seguramos (o preço) algum tempo, com estabilidade, durante muito tempo de oscilação. A oscilação continua acontecendo. Então, viemos discutir outros assuntos para fechar o plano estratégico. Estamos na reta final do plano estratégico. Então, é natural que eu venha conversar sobre diretrizes gerais e aprovar na quinta-feira o plano estratégico.
Troca de farpas
Na sexta-feira, Silveira pediu a redução do preço dos combustíveis. Em entrevista à GloboNews, o ministro falou em “puxar a orelha” da companhia. O principal argumento é a queda da cotação do petróleo no mercado internacional.
No dia 19 de outubro, a Petrobras anunciou uma queda de 4,1% na gasolina e um aumento de 6,6% no valor do diesel. Desta data até a última quinta-feira, o barril de petróleo do tipo brent (considerado referência no mercado internacional) recuou de US$ 92,38 para US$ 77,42, uma queda de 16,19%.
Pelas redes sociais, o presidente da Petrobras disse que, se o ministério de Silveira quisesse “orientar a Petrobras a baixar os preços de combustíveis diretamente”, seria necessário seguir tanto a Lei das Estatais e as regras do Estatuto Social da companhia.
No domingo, Silveira voltou a cobrar a redução do preço dos combustíveis. O ministro disse que não compreendeu as declarações de Prates e afirmou que os preços dos combustíveis são importantes para garantir a inflação dentro da meta.
Desgaste de Prates
Nesta terça-feira, a colunista do GLOBO, Malu Gaspar, informou que o ministro da Casa Civil, Rui Costa, deve apresentar nesta semana a Lula uma sugestão de substituto para o atual presidente da Petrobras, com quem vem travando uma guerra interna no governo já há alguns meses.
De acordo com a colunista, Costa quer emplacar no lugar de Prates seu homem de confiança e secretário do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), Marcus Cavalcanti, que também já foi secretário de Infraestrutura da Bahia em sua gestão como governador do estado.

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