Fonte: O Estado de São Paulo
O primeiro marco que merece destaque no ano de 2019 no setor de Energia foi a realização do leilão para suprimento a Roraima, ocorrido em maio, o qual resultou na contratação de nove empreendimentos de variadas fontes, totalizando 294 MW de potência. Dentre os vencedores, estão projetos a gás natural, óleo diesel e biomassa, além de soluções híbridas, combinando biocombustíveis, solar fotovoltaica e baterias. O interesse dos agentes em apresentar soluções alternativas ao óleo diesel evidenciou que existe espaço para que fontes renováveis se insiram nos Sistemas Isolados de forma competitiva. Os projetos darão maior confiabilidade ao sistema da região. A estimativa de investimentos é de R$ 1,62 bilhão.
Foram também contratados 401 MW de capacidade instalada no Leilão de Energia Nova A-4 2019, no total de 15 empreendimentos de geração solar fotovoltaica, eólica, PCHs e térmicas a biomassa. As usinas vencedoras deverão demandar investimentos de cerca de 1,9 bilhão de reais até 2023, quando precisarão entrar em operação. Destaque para o preço resultante do produto solar fotovoltaico que foi o mais baixo já praticado no Brasil para esta fonte e colocou o país na lista dos países mais competitivos do mundo para a energia fotovoltaica.
Em junho, o governo federal informou que estuda construir seis usinas nucleares até 2050 e estima investir US$ 30 bilhões na construção das usinas que deverão produzir 6 GW de energia. Somados com a produção das usinas de Angra 1 e 2 e também de Angra 3, prevista para ser concluída em 2026, a potência instalada na matriz nuclear poderia chegar a 9,3 GW.
Em agosto, a primeira etapa da usina solar flutuante foi inaugurada pelo governo federal no reservatório de Sobradinho. O empreendimento aproveita a área represada do Rio São Francisco e tem capacidade de gerar de 1 MWp. “Esse solo escaldante e esse calor abundante é o que vão gerar energia para que os motores funcionem e irriguem o nosso sertão de verdade”, disse o presidente Jair Bolsonaro, durante a inauguração da usina da Chesf.
Em outubro ocorreu o Leilão de Energia Nova A-6 2019 que superou expectativas de analistas e contratou usinas que somarão 2,9 gigawatts em capacidade instalada que deverá representar R$ 11,16 bilhões em investimento e R$ 44 bilhões em contratos para implementação dos projetos, os quais deverão iniciar operações em 2025. Usinas eólicas foram a fonte com maior volume negociado, seguidas pelas termelétricas a gás e pelos parques solares.
Também em outubro, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, instituiu o Comitê de Implementação da Modernização do Setor Elétrico. O comitê deverá atuar em 15 frentes, dentre elas formação de preços, critério de suprimento, governança, inserção de novas tecnologias, abertura de mercado e integração gás/energia elétrica. Entre as ações está previsto o lançamento de aplicativo para celulares — o Aneel Consumidor —, que vai ao encontro da adoção das novas tecnologias para o setor. Segundo o diretor geral da ANEEL, André Pepitone, “a agenda está centrada no aumento do diálogo com o mercado, ações de fortalecimento do mercado livre e o processo de redução do custo da energia.” A modernização vem em momento oportuno para o país.