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(Bloomberg) A Agência Internacional de Energia cortou as previsões para a demanda global por petróleo em meio às novas restrições contra o coronavírus. A agência alertou que a descoberta de uma vacina não poderá reativar os mercados no curto prazo.

Embora os preços do petróleo tenham subido para o maior nível em 10 semanas, acima de US$ 45, com as notícias positivas sobre a Pfizer, o uso de combustível não deve registrar aumento “significativo” por causa das vacinas até o segundo semestre do próximo ano, disse a agência.

A AIE, com sede em Paris e que assessora a maioria das principais economias, reduziu as projeções para a demanda por petróleo para este trimestre, em 1,2 milhão de barris por dia.

A perspectiva incerta para o consumo, combinada com o aumento da oferta em países como a Líbia, pressiona o cartel da Opep e aliados que se preparam para se reunir em pouco menos de três semanas, disse a agência.

A aliança Opep+ liderada pela Arábia Saudita e Rússia tinha inicialmente como objetivo restaurar parte do fornecimento cortado no início de 2021. No entanto, o grupo se inclina cada vez mais a adiar a medida.

“Como uma vacina Covid-19 dificilmente virá em socorro do mercado global de petróleo por algum tempo, a combinação de demanda mais fraca e oferta crescente de petróleo cria um cenário difícil” para a reunião, disse a AIE em relatório mensal. “A menos que os fundamentos mudem, a tarefa de reequilibrar o mercado terá um progresso lento.”

Estoques cheios

Se a Opep+ seguir em frente com o aumento programado da oferta, de quase 2 milhões de barris por dia em janeiro, os produtores não conseguirão esgotar os estoques globais de petróleo durante o primeiro trimestre, disse a agência. Levar os estoques, cheios devido ao colapso da demanda neste ano, de volta aos níveis normais tem sido um dos principais objetivos da coalizão.

Os dados agora disponíveis para o terceiro trimestre sugerem que os estoques caíram apenas um terço do montante esperado, com queda de 800 mil barris por dia, disse a AIE.

O consumo global de petróleo deve registrar queda sem precedentes de 8,8 milhões de barris por dia neste ano, para uma média 91,3 milhões por dia, de acordo com a AIE. A agência também cortou as estimativas para 2021, reduzindo a projeção para o primeiro trimestre em 700 mil barris por dia, embora a demanda ainda deva mostrar recuperação de 5,8 milhões de barris, em média, no próximo ano.

Além do desafio da demanda em deterioração, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo também tem que contar com a surpreendente recuperação da oferta. A produção mundial pode subir 1 milhão de barris por dia neste mês, pois os EUA se recuperam de interrupções causadas por furacões e a Líbia retoma as exportações, disse a agência.

A Líbia, um dos três países da Opep isentos do acordo para limitar o fornecimento, triplicou a produção para 450 mil barris por dia no mês passado, em meio à estabilização do cenário político, disse a AIE. Agora, o país está bombeando mais de 1 milhão de barris por dia e pode atingir média um pouco abaixo desse nível em novembro, previu a agência.

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