Valor Econômico
Produto será oferecido para clientes no Terminal Madre de Deus, na Baía de Todos os Santos
A Refinaria de Mataripe (BA) começou a produzir óleo diesel marítimo e a oferecer esse combustível para clientes no Terminal Madre de Deus, na Baía de Todos os Santos. O produto abastece embarcações de pequeno e médio porte, como barcos de passeio e pesca, lanchas e rebocadores, além de suprir motores auxiliares de grandes embarcações.
A previsão é alcançar a produção de 15 milhões de litros de óleo diesel marítimo por mês. A Refinaria de Mataripe é operada pela Acelen, do Mubadala, que assumiu o ativo em dezembro de 2021, no processo de venda de refinarias da Petrobras. O fundo pagou US$ 1,8 bilhão pela refinaria.
A produção local do diesel marítimo ajuda na logística do atendimento ao mercado do Nordeste, que antes era suprido por refinarias de outros estados e por importadores. Segundo o vice-presidente da área comercial e de trading da Acelen, Cristiano da Costa, isso ajuda a tornar as operações marítimas mais sustentáveis, com necessidade de percorrer distâncias menores para abastecer os navios.
Além disso, o diesel marítimo complementa a oferta de bunker da refinaria, combustível que supre embarcações maiores. De acordo com o executivo, ambos os produtos atendem às regras de baixa emissão de enxofre da Organização Marítima Internacional.
“Ter a oferta dos dois produtos no mesmo terminal traz sinergia, ganho logístico, com redução de custo. Além disso, proporciona ganhos ambientais, a partir da redução de emissões de gases de efeito estufa pelas embarcações, uma vez que não precisarão mais abastecer em dois lugares diferentes e percorrer longas distâncias”, diz Costa.
Segundo o executivo, a Refinaria de Mataripe tem negociações em andamento para vender o óleo diesel marítimo também a consumidores no Norte e Sudeste do país, por meio de cabotagem. Os clientes são principalmente distribuidoras e armadores.
A produção do diesel marítimo se tornou viável com o aumento da taxa de utilização da refinaria, que subiu de 68% para 85% depois da privatização, segundo Costa. No ano passado, a Acelen já havia adicionado outros dois produtos ao portfólio, o propano e o butano.
Segundo Costa, a diversificação de produtos faz parte da estratégia de inovação da empresa. A expectativa é iniciar a produção de pelo menos outros dois derivados no primeiro semestre de 2023. “Ainda tem um espaço grande para aumentar a produção”, diz.