Aumento gradual na mistura proposto visa a previsibilidade necessária para que todos os setores se ajustem
Datagro
A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) avalia que o consumo de diesel no Brasil deverá crescer em 2023, fato que dará sustentação à produção de biodiesel, utilizado na mistura do combustível fóssil.
Em fevereiro, a Abiove, junto com a Associação dos Produtores de Biocombustíveis do Brasil (Aprobio) e a União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio), enviaram ao Ministério de Minas e Energia (MME) uma proposta de aumento da mistura até o B15 ocorrendo de forma gradual: 12% em abril, 13% em maio e junho, e 14% de julho de 2023 a fevereiro de 2024, com o B15 sendo então atingido em março do ano que vem.
A Abiove indicou que os dados em processo de revisão não devem sofrer tantas mudanças em relação aos atuais, visto que ‘considera um cenário de aumento do consumo de diesel’, conforme destacou o economista-chefe da associação, Daniel Amaral.
Uma decisão sobre a mistura de biodiesel é esperada na reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), marcada para a próxima sexta-feira (17).
O aumento gradual na mistura proposto pela indústria tem como objetivo a previsibilidade necessária para que todos os setores se ajustem, acrescentou a Abiove.
O óleo de soja respondeu por mais de 65% da produção de biodiesel no Brasil em 2022. Para este ano, a Abiove projeta um processamento recorde de soja de 52,5 milhões de toneladas, 2,1 mi de t acima de 2022.
Isso resultaria em produção de 40,2 mi de t de farelo de soja, usado como matéria-prima para ração animal, e em 10,7 mi de t de óleo de soja, meio mi de t a mais do que no ano passado.
Com uma safra recorde acima de 150 mi de t de soja, ainda haveria oferta para exportações históricas de 92 mi de t do grão brasileiro em 2023, contra 78,9 mi de t em 2022.