A sanção da Lei dos Combustíveis do futuro foi a grande notícia para os que defendem o fim das energias fósseis

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Petronotícias

Um dia depois do Natal (26), o Petronoticias abre espaço para Jacyr Costa Filho participar do nosso projeto Perspectivas 2025. Ele é o Coordenador do Comitê de Agroenergia da Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG), sócio da Agroadvice e presidente do Conselho Superior do Agronegócio da FIESP (COSAG). A sua experiência com os biocombustíveis é muito importante para mostrar abrangência da criação da Sanção da Lei dos Combustíveis do Futuro,  que vai abraçar uma série de oportunidades dentro deste segmento. O Comitê reúne alguns segmentos que tem o alvo de aumentar a participação das energias renováveis como biocombustíveis, bioeletricidade e biogás na matriz energética brasileira; incentivar o debate sobre geração de eletricidade em micro redes e em projetos de eletrificação rural; apoiar o uso dessas tecnologias interligadas; reforçar o Programa RenovaBio; aumentar a conscientização do potencial multifacetado da agroenergia. Vamos, então, saber agora como Jacyr Costa Filho, pensa o tamanho do balanço positivo em 2024 e as perspectivas para 2025:

– Como foi o ano de 2024 para o segmento?

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– O ano de 2024 foi bastante especial para os biocombustíveis brasileiros. Tivemos a sanção da Lei do Combustível do Futuro, que criou um programa nacional de diesel verde, combustível sustentável para aviação (SAF), biometano e aumenta a mistura de etanol à gasolina e de biodiesel ao diesel. Esta lei engloba diversas iniciativas que vão impactar na descarbonização da nossa matriz de transportes (automóveis, caminhões, aviões e até navios), estimulando a produção de biocombustíveis. Com isso, temos um caminho gradual de diminuição do uso dos combustíveis fósseis. Além deste aspecto, a Lei contribui para garantir a previsibilidade da demanda, dando mais segurança à indústria para a expansão de novos investimentos.

– Se fosse consultado, quais sugestões daria para melhorar o ambiente de negócios no setor?

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– O relator do PL foi o deputado federal Arnaldo Jardim, um profundo conhecedor da matéria que contou ainda com o suporte das principais organizações e representantes do setor de biocombustíveis na formulação da lei. Sendo assim, o Combustível do Futuro tem todos os requisitos para impulsionar a indústria de biocombustíveis aliada à agricultura, promovendo a descarbonização, mobilidade sustentável e transição energética no Brasil. Minha sugestão é que tanto o setor público quanto o privado continuem encarando essa iniciativa como uma das maiores oportunidades que o segmento já teve em toda sua história e não poupem esforços para consolidá-la.

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Outro ponto importante é manter os preços da gasolina praticados pela Petrobras atrelados ao mercado internacional de forma a dar transparência e assegurar o pleno cumprimento das metas estabelecidas no programa RenovaBio por parte das distribuidoras de combustíveis.

– A seu ver, de que forma os recentes acontecimentos nos cenários político e internacional nos EUA, Europa e Oriente Médio podem influenciar os negócios no Brasil?

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– Sem dúvidas o cenário geopolítico global vem impondo desafios e restrições para diversos segmentos. Nosso país já é um dos líderes globais na produção de biocombustíveis, um parceiro comercial reconhecidamente confiável e tem todas as condições para suprir as necessidades de outras nações em estabelecer parcerias com cadeias descarbonizadas e sustentáveis, uma condição essencial para atingir as metas de redução de emissões. Temos tecnologia, expertise e, principalmente, exemplos de sucesso no segmento de biocombustíveis que podem ser implementados em outros países.

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Também acredito que o acirramento dos conflitos geopolíticos são mais um fator para acelerar a aprovação do Plano Nacional de Fertilizantes (Profert), já aprovado no Senado e em análise no Congresso, reduzindo a dependência excessiva de importação que hoje alcança quase 100% em nitrogênio e em potássio. 

– Por fim, quais são as perspectivas de sua empresa para o ano de 2025?

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 A perspectiva é de que 2025 seja um ano de consolidação para o segmento dos biocombustíveis. Um período de muitas oportunidades, já que os biocombustíveis são o caminho mais rápido e eficiente para reduzir as emissões nos transportes. Empresas produtoras de biocombustíveis deverão movimentar cerca de R$ 1 trilhão no setor entre 2025 e 2034, de acordo com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), vinculada ao Ministério de Minas e Energia. Estamos falando de investimentos significativos na produção de etanol, biodiesel, biometano e SAF, além de inovações como o diesel verde e o bio-CCS (captura e armazenamento de carbono biogênico). Vale mencionar que, para zerar as emissões líquidas de carbono até 2050, seria necessário triplicar a produção global de biocombustíveis. Esta é uma enorme oportunidade que o Brasil não pode deixar passar. Na minha condição de conselheiro de empresas do setor e ligadas ao agro, acredito no papel relevante dos biocombustíveis na descarbonização da matriz de transportes mundial.

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