Fonte: O Globo
A Petrobras vai retomar nas próximas semanas seu programa de venda de ativos, que vai incluir refinarias, afirmou Pedro Parente, presidente da estatal, em entrevista ontem em Houston, nos EUA. Com uma lista de perto de 40 ativos avaliados em US$ 42 bilhões, a petroleira mantém a meta de atingir US$ 21 bilhões em desinvestimentos entre 2017 e 2018. Desde 2015, a estatal já levantou US$ 13,6 bilhões.
— A Petrobras voltou todos os processos para o zero — disse Parente à Bloomberg. — Muito breve, mas muito em breve mesmo, a empresa vai relançar o programa a todo vapor para cumprir nossa meta de US$ 21 bilhões em desinvestimentos e parcerias em 2017 e 2018.
A decisão de reiniciar os processos de venda de ativos atende à determinação do Tribunal de Contas da União (TCU). Em dezembro, o tribunal suspendeu o programa, depois de apontar indícios de irregularidades. Em março, o TCU deu aval para a companhia retomar a venda de ativos, mediante o cumprimento de novas regras acordadas entre a Petrobras e o TCU.
Os ativos serão colocados à venda aos poucos, dependendo do nível de maturidade de cada processo. A Petrobras vai publicar em seu site de relações com investidores os primeiros teasers, que são pré-editais. Incluirão outra mudança definida em acordo com o TCU: empresas não convidadas poderão pedir para participar, o que será avaliado pela Petrobras.
— Se tiver condições de participar, (a empresa) será incluída — confirmou Parente.
Refinarias entrarão na lista de ativos à venda, de acordo com o presidente da estatal. O desinvestimento em refino já estava previsto pelo plano de negócios da companhia, mas ainda não havia avançado.
— Os ativos são mais ou menos os mesmos, mas agora também vamos começar a falar sobre refino. Refino é importante para a Petrobras. Mas acreditamos que não é bom para a empresa nem para o país concentrar 100% do refino na mão de uma única empresa — avalia Parente.
O executivo reconhece que a Petrobras pode ficar de fora de novas refinarias que venham a ser construídas no Brasil.