Valor Econômico
Marca, que era da Petrobras e foi comprada pela empresa no processo de privatização, tem 17,2% de participação de mercado
Com a meta de aumentar a fatia de mercado no Brasil e na América Latina, a Vibra concluiu a expansão da fábrica de lubrificantes da Lubrax em Duque de Caxias (RJ), na qual investiu R$ 100 milhões. A marca, que era da Petrobras e foi comprada pela empresa no processo de privatização, completou 50 anos em 2023 e tem 17,2% de participação de mercado, o que a coloca entre a segunda e a terceira posições no setor. Se alterna nesse ranking com a concorrente Moove, da Cosan. Ambas ficam atrás da Iconic, marca da joint venture de Chevron e Ipiranga.
Vanessa Gordilho, vice-presidente de negócios e marketing da Vibra, disse ao Valor que a expansão da fábrica, além de permitir que a companhia busque o ganho de espaço nos mercados, também modernizou o processo de mistura dos produtos. “Antes era difícil fazer produtos de alto valor agregado, porque a mistura era complexa, e fazíamos quase de forma manual. Agora, a mistura é feita digitalmente e conseguimos ter mais controle e precisão. Essa foi uma grande transformação.”
A expansão da Lubrax levou a capacidade de produção de lubrificantes de 300 mil metros cúbicos por ano para 460 mil metros cúbicos, alta de 53,3%. O volume total de vendas de lubrificantes da Vibra subiu 6,9% no terceiro trimestre sobre igual período de 2023, para 71 mil metros cúbicos.
A Vibra distribui produtos na Argentina, no Paraguai, no Uruguai, no Chile, na Bolívia e na Colômbia. A maior atuação na região é no Chile, mas o objetivo é tanto crescer onde já atua como abrir novos mercados. “Antes estávamos em capacidade máxima na fábrica [de Duque de Caxias], não tinha como pensar em aumentar produção. Agora vamos montar um plano estratégico específico para expansão internacional. Espero falar sobre isso no fim do ano que vem para contar o sucesso desse plano. Vamos analisar o melhor formato em cada país”, afirmou Gordilho.
A Vibra surgiu da privatização da BR Distribuidora em 2021, unidade de distribuição de combustíveis da Petrobras. Em janeiro de 2024, a estatal informou que não tinha interesse em prorrogar o contrato com a Vibra, que acaba em 2029. A Vibra tem seis anos, a partir do fim do contrato, para realizar o chamado “debranding”, que é a retirada da marca BR das operações de postos. “Até 2029, continuamos fazendo contratos com os donos dos postos usando essa marca. Depois, eles [a Petrobras] têm seis anos para retirar a marca. Continuamos fechando contratos de dez anos porque ainda temos essa licença”, diz a executiva. Procurada para falar do acordo com a Vibra, a Petrobras não respondeu até o fechamento desta edição.
O tema “debranding” não está em discussão na empresa no momento, disse Gordilho. “Nossa relação com a Petrobras é muito boa, é nossa maior fornecedora. Cuido disso diretamente e posso dizer que isso não é um problema.” Cerca de 50% do óleo básico utilizado nas misturas dos lubrificantes vem da Refinaria Duque de Caxias (Reduc), da Petrobras, que fica ao lado da fábrica da Lubrax. O restante da matéria-prima é importado, sendo a maior parte vinda dos Estados Unidos e da Ásia.
A executiva acrescenta que a marca Lubrax foi comprada pela Vibra no processo de privatização, então não há risco de perda da licença, assim como a BR Mania, que é a loja de conveniência da empresa. “A Lubrax é uma marca que temos orgulho, é uma marca consolidada na vida dos brasileiros. Ficamos 24 anos na camisa do Flamengo.”
Gordilho diz que a empresa tem focado mais em patrocínios na StockCar e não atua mais no futebol, mas analisa outros projetos. “Em breve teremos novidades. Vamos continuar fortalecendo a marca. Hoje temos 1.700 lojas Lubrax+ [loja de serviços de lubrificantes dentro dos postos] e queremos expandir.”