Globo Rural
A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) passou a prever uma queda no consumo de etanol hidratado em 2025, em meio às incertezas quanto aos impactos de longo prazo do clima seco e dos incêndios nos canaviais neste ano. Em projeção bimestral divulgada nesta quarta-feira (23/10) a empresa prevê queda de 2%, para 20,8 bilhões de litros. Em agosto, a expectativa era de aumento do consumo em 2025 em 0,9%.
Apesar do sinal negativo, o volume esperado ainda é historicamente elevado, principalmente considerando-se o forte crescimento da demanda estimado para este ano em relação ao ano passado. A EPE prevê agora que o consumo de etanol hidratado encerrará este ano com crescimento de 17,4%, para 21,3 bilhões.
Somente entre janeiro e agosto, as vendas de etanol hidratado no mercado interno registraram crescimento de 30% em comparação com o mesmo período de 2023. No acumulado dos últimos 12 meses, a demanda está registrando crescimento de 28,2%.
Os baixos preços do biocombustível em relação à gasolina em boa parte do país vem favorecendo a migração dos motoristas de carro flex para o consumo do renovável.
O aumento do consumo resultou em uma estabilização dos estoques, que começaram a safra mais cheios que o normal. Segundo a EPE, o volume armazenado aproximou-se dos níveis de 2023 no mês de agosto.
A EPE também estimou que a demanda total por etanol, somando-se a do anidro (aditivo da gasolina) deve continuar crescendo em 2025, ainda que em ritmo menor. A expectativa da empresa é de um aumento de 8,5% na demanda total neste ano, para 33,6 bilhões de litros, e de um incremento de 0,2% no próximo ano, para 33,7 bilhões de litros.
Neste ano, o etanol (anidro e hidratado) vem ocupando uma participação de 45% no consumo de combustíveis do ciclo Otto. Para este ano, a EPE estima um aumento de 2,5% no consumo do ciclo Otto, e para 2025, a expectativa é de um avanço de 2,6%. Essas projeções amparam-se no aumento da renda média da população, segundo a EPE.