CEO da Petrobras diz que recompra de refinaria da Bahia não é prioridade

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Nova Cana

Magda Chambriard destacou que a estatal tem obrigação de avaliar todas as oportunidades que surgirem, mas que o negócio precisa ser “minimamente” interessante

A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, afirmou nesta sexta-feira, 9, que uma eventual recompra da refinaria de Mataripe, na Bahia – anteriormente chamada de Refinaria Landulpho Alves (RLAM) –, está sendo avaliada pela estatal, mas que, por ora, não é uma prioridade.
“Temos a obrigação de avaliar todas as oportunidades que surgirem. Caso julguemos o negócio minimamente interessante, fazemos a due diligence, mas neste momento eu não tenho isso. A RLAM não é minha prioridade, é um negócio proposto para a Petrobras como outro qualquer”, disse a executiva a jornalistas. “Por enquanto, eu brinco que estou aceitando doação”, acrescentou.
A RLAM integrou o programa de desinvestimentos da Petrobras no governo de Jair Bolsonaro e foi arrematada pelo Mubadala, do fundo soberano de Abu Dhabi.
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Em meados de maio de 2023, entretanto, a Acelen, empresa criada para operar a refinaria, decidiu ir ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) pedir medida preventiva para que a Petrobras oferecesse as mesmas condições de compra de petróleo que aquelas ofertadas para suas próprias refinarias, em meio a suspeitas de abuso de poder dominante.
As conversas sobre uma possível recompra de participação ou mesmo a totalidade da refinaria pela Petrobras foram iniciadas posteriormente.
“Quando cheguei [à presidência da Petrobras], havia uma proposta, uma carta da Acelen sugerindo à Petrobras a compra da RLAM. É óbvio que, como qualquer proposta, avaliamos. Temos centenas de propostas submetidas à Petrobras, negócios de todos os tipos”, disse Chambriard.
Mais cedo, o diretor executivo de processos industriais e produtos da Petrobras, William França, reforçou que a estatal conversa com o grupo Mubadala sobre a RLAM em duas frentes. A primeira delas é uma possível parceria para a construção de uma planta de biorrefino ao lado da refinaria, tema ainda sem definição sobre as porcentagens da parceria.
Sobre a recompra da RLAM, o executivo destacou que os processos de due diligence e valuation estão sendo finalizados. “Evidentemente, estamos avaliando a viabilidade econômica, o retorno, o processo de integração e as sinergias com todo o nosso refino para que possamos, no momento certo, fazer a proposta para o grupo Mubadala. Estamos indo bem”, disse.
O diretor financeiro e de relacionamento com investidores da Petrobras, Fernando Melgarejo, afirmou que qualquer arranjo societário é possível na negociação sobre a RLAM. “Quem nos procurou foi a própria companhia [Mubadala]. Qualquer forma societária é possível, nada aqui está cravado. Vamos considerar o que nos traz o melhor retorno, a melhor alocação e eficiência de capital”, disse.
As ações preferenciais da Petrobras fecharam em queda de 0,94%, a R$ 36,51, após a companhia informar um prejuízo líquido de R$ 2,6 bilhões no segundo trimestre, revertendo resultado positivo de R$ 28,7 bilhões em igual período do ano passado. O desempenho foi impactado principalmente por um acordo com o governo para encerrar uma disputa judicial envolvendo dívidas tributárias.
Produção
Os executivos da Petrobras salientaram que a prioridade de companhia será a reposição de reservas, em meio à projeção de início de queda da curva de produção a partir de 2030. “Nossa estratégia é a reposição de reservas, não estamos confortáveis com o planejamento anterior, que a partir de 2030 previa redução [da produção]. Buscamos de todas as formas reverter isso”, disse Melgarejo.
Ele citou como alternativas de novas reservas a Margem Equatorial, a Bacia de Pelotas e até ativos fora do Brasil: “Cada gota de petróleo nos importa, buscaremos alternativas viáveis, que tragam geração de valor ao acionista. Diante de cada vez menos opções internamente, temos que buscar a internacionalização”.
Em relatório na tarde desta sexta-feira, o Goldman Sachs manteve a recomendação de compra dos papéis da Petrobras, em meio à projeção de “forte geração de caixa para os próximos anos”. Já o Itaú BBA apontou em relatório que o tema de um possível pagamento de dividendos extraordinários em 2024, trazido pela estatal nesta sexta-feira, será bem recebido pelo mercado.

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