Elétricos e flex mais eficientes são melhor combinação para frota verde no curto prazo, diz estudo

Stellantis faz ‘mea culpa’ e investe no híbrido com jeito latino
17/07/2024
Comissão do Senado cria grupo de trabalho para discutir regulamentação da tributária
17/07/2024
Mostrar tudo


EPBR

A combinação da expansão do mercado de veículos elétricos com ganhos de eficiência energética nos motores a combustão tem potencial de reduzir as emissões da mobilidade brasileira em 15% a 17,5% em quatro anos, aponta um estudo do ICCT Brasil publicado esta semana.
A organização de pesquisa sobre transporte limpo avalia que o Mover, novo programa de incentivo à eficiência e descarbonização da indústria automotiva tem potencial para alavancar a oferta de modelos elétricos e híbridos no país, considerando os anúncios em investimentos na fabricação nacional.
Desde seu lançamento, em dezembro de 2023, montadoras já anunciaram planos de investimentos no Brasil que somam R$ 130 bilhões, segundo cálculos do governo federal.
No final do mês passado, quando a lei que cria o programa foi sancionada, 89 empresas, em nove estados, já estavam habilitadas para receber os incentivos previstos na política setorial – ao todo, serão R$ 19,3 bilhões de créditos financeiros entre 2024 e 2028.
Para fazer jus ao benefício, as empresas habilitadas precisam cumprir critérios de sustentabilidade e inovação. Não à toa, boa parte dos anúncios feitos pelas montadoras miram híbridos e eletrificados.
“As metas de descarbonização do Mover provavelmente serão atingidas por uma combinação de ganhos de eficiência energética nos veículos com motores a combustão e introdução de novas tecnologias. Em particular, é esperado um aumento da produção nacional de veículos híbridos (HEVs), híbridos plug-in (PHEVs) e veículos elétricos à bateria (BEVs)”, observa o ICCT.
O estudo analisou o potencial de redução de gases de efeito estufa (GEE) em uma série de cenários com combinações de tecnologias veiculares diversas.
Uma das conclusões é que, com o Mover, os veículos elétricos e os híbridos contribuirão fundamentalmente para as metas do novo programa, em contraste com as metas do antigo Rota 2030 – que tinha o foco na eficiência energética.
No cenário com maior potencial de redução de emissões (15-17,5%) os BVEs alcançam um market share de 12% em 2027, associado a reduções de emissões do poço à roda de 9% nos cenários projetados para o período.
A mitigação é superior à alcançada por ganhos de eficiência energética nos veículos à combustão, que representam 73% das vendas.
Já os híbridos e híbridos plug-in, com market shares de 9% e 6%, respectivamente, contribuem para reduções de emissões de 1% e 2%.
“Estes resultados estão em linha com o maior potencial de mitigação dos BEVs no Brasil, que em nossas estimativas emitem de 65% a 67% menos do que veículos a combustão flex no ciclo de vida”, explica o relatório.
Eletrificação de nicho
Há ainda um potencial explorado em segmentos específicos como picapes e compactos que, de acordo com o ICCT, poderia melhorar o grau de descarbonização da mobilidade individual.
“Até 2023, picapes compactas e grandes não contavam com modelos elétricos com vendas acima de 100 unidades. Outros segmentos, principalmente de veículos menores, como compactos e subcompactos, ainda possuem uma oferta limitada de elétricos a bateria”, completa.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *