A TARDE
O indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no caso das joias sauditas reacendeu, na Bahia, a luta da Federação Única dos Petroleiros (FUP) pelo cancelamento da venda da Refinaria Landulpho Alves (RLAM) e sua imediata reestatização, já que, segundo o coordenador da FUP, Deyvid Bacelar, a Refinaria foi vendida a preço de banana para a Fundo Mubadala Capital, de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, por apenas US$1,65 bilhão, embora a precificação de mercado indicasse, na época, que a refinaria valia no mínimo US$4 bilhões.
“Tudo leva a crer que essa quadrilha pode ter roubado muito mais do que joias. Os milhões envolvidos nesse crime vergonhoso nem chegam perto do prejuízo de bilhões de dólares que a Petrobrás e o povo brasileiro amargaram com a privatização da Rlam”, aponta Bacelar. “Será coincidência a nossa refinaria ter sido vendida por menos da metade do valor de mercado para o Mubadala, meses após Bolsonaro e seus comparsas, incluindo o ex-ministro das Minas e Energia, terem recebido indevidamente joias milionárias de autoridades do Oriente Médio? Estamos diante de um crime de lesa-pátria que precisa ser investigado, como nós petroleiros e petroleiras cobramos há anos”, defende o coordenador da FUP.
Segundo ele, a Controladoria Geral da União chegou a emitir um relatório apontando que a refinaria foi vendida por menos da metade do seu preço. “Desde o ano passado estamos exigindo também da Petrobras a punição dos executivos responsáveis pela venda da refinaria, bem como o ressarcimento dos prejuízos para os cofres da empresa e o retorno do controle do ativo pela Petrobras”, pontuou Bacelar, lembrando que a FUP, há cerca de um ano, apresentou um pedido de investigação ao Ministério Público Federal sobre a relação entre as joias recebidas por Bolsonaro e a venda da Refinaria.