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As importações de óleo diesel pelo Brasil devem somar cerca de 1,5 bilhão de litros em junho, alta de aproximadamente 40% ante maio, apesar de um recuo na participação do produto de origem russa, apontaram estimativas da consultoria Argus enviadas à Reuters.
Se as perspectivas da consultoria se confirmarem, haverá também uma alta de cerca de 39% na comparação com junho do ano passado.
A Rússia deve reduzir sua participação no produto importado pelo Brasil após ter batido um recorde de 98% em maio, de acordo com os dados da Argus. Entretanto, a perspectiva é de que se manterá como principal fornecedor do combustível fóssil ao país.
A expectativa da Argus é que neste mês cerca de 62% do diesel importado venha da Rússia, seguido pela Índia, com 13%, e Estados Unidos, com 11%.
Para a especialista em diesel da Argus, Gabrielle Moreira, o recuo de participação do produto russo pode ser explicado por um aumento dos preços, após ataques a refinarias russas ao longo deste ano pela Ucrânia e uma consolidação da Rússia como um importante fornecedor do Brasil.
“Hoje, eles (fornecedores russos) já se sentem à vontade, já se sentem parte da estrutura do mercado, e consideram ter espaço para fazer uma margem maior”, disse Moreira, pontuando que o mercado já espera um aumento gradual dos preços da Rússia.
O produto da Rússia tem sido ofertado com desconto em relação a outras origens, após Moscou ter se mobilizado para garantir uma maior diversificação de compradores diante de sanções dos países do G7 aos derivados produzidos no país após o início da guerra da Ucrânia.
Mas participantes de mercado da Rússia, por enquanto, atuam com cautela para manter a fidelidade do comprador brasileiro, de acordo com a especialista. Embora exista espaço e intenção de continuar a elevar os preços, o plano é manter as cotações do diesel russo abaixo das cargas originadas nos EUA, historicamente um importante fornecedor do combustível fóssil ao país, adicionou.
O avanço da Índia em junho, segundo Moreira, ocorre em meio a uma busca do país asiático por mercados alternativos, diante de uma queda de demanda na Europa.
A entrada de diesel russo mais barato está entre os fatores por trás de uma certa estabilidade nos preços nos postos brasilerios, além de a Petrobras manter estáveis as cotações de seu produto nas refinarias neste ano. (Reuters)