Valor Econômico
O presidente da Vibra Energia, Ernesto Pousada, aponta que a transição para veículos elétricos no Brasil será mais longa. O país passará inicialmente por um desenvolvimento mais acentuado dos combustíveis líquidos, que permanecerão significativos no cenário da transição energética por muitos anos, avaliou o executivo durante o Latin America Investment Conference.
Segundo Pousada, a transição energética não ocorrerá igual em todas as partes do mundo e as características do Brasil permitem que o desenvolvimento de biocombustíveis encontra terreno fértil para forte crescimento no país.
“A eletrificação vai acontecer, mas será mais longa, uma jornada de 20 ou 30 anos. Antes veremos a transição para biocombustíveis líquidos (…). Os combustíveis líquidos terão protagonismo. Em especial o etanol será fundamental. Vemos crescer o etanol de milho. Isso abre competitividade para o etanol chegar mais longe e isso abre caminho para a transição energética”, afirma.
O executivo lembra que os veículos elétricos passam por alguns reveses no mundo, mas os biocombustíveis estão consolidados.
Ele diz que a Vibra se prepara para o movimento da eletrificação, com investimentos em energia solar e eólica, por meio da Comerc, como provedora de soluções de energia renovável, além do metanol verde, em parceria com a Inpasa Agroindustrial. Pousada acrescenta ainda que a empresa está refazendo o negócio de conveniência, a fim de oferecer múltiplos serviços.
Neste contexto, o secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, Pietro Mendes, diz que o Brasil fez um esforço em uma parceria com Estados Unidos e Índia para promover o desenvolvimento do etanol globalmente. Segundo ele, a Agência Internacional de Energia terá um papel fundamental neste potencial comércio exterior. “O Brasil tem que estar neste protagonismo e a AIE terá papel fundamental neste contexto”, diz.