Petróleo cai 10% em 2023 após dois anos de alta

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Folha de S. Paulo

Os futuros do petróleo caíram ligeiramente nesta sexta-feira (29), em meio a uma fraca atividade no último dia de negociação do ano.
Ambos os contratos de referência terminaram 2023 com queda acumlada de cerca de 10%, após dois anos de ganhos, uma vez que as preocupações geopolíticas e os cortes na produção de petróleo levaram a grandes flutuações nos preços.
Os futuros do Brent caíram US$ 0,11, a US$ 77,04 o barril. Os futuros do petróleo West Texas Intermediate dos EUA (WTI) caíram US$ 0,12, para US$ 71,65 o barril.
Os preços do petróleo caíram acentuadamente na quinta-feira (28), com algumas companhias de navegação afirmando que iriam retomar rotas por meio do Mar Vermelho, aliviando as preocupações com a oferta. Grandes empresas tinham parado de usar as rotas do Mar Vermelho depois que o grupo militante houthi do Iêmen começou a atacar navios.
No entanto, alguns petroleiros e com produtos refinados ainda optam pela rota mais longa em torno de África para evitar potenciais conflitos na região.
As tensões geopolíticas no Oriente Médio continuaram a apoiar os preços. Na sexta-feira, Israel intensificou os seus ataques no sul de Gaza.
“Veremos uma volatilidade contínua à medida que avançamos para 2024 com os acontecimentos geopolíticos e o receio de que o conflito possa se espalhar por toda a região”, disse Andrew Lipow, presidente da Lipow Oil Associates.
Dados divulgados nesta sexta-feira pela AIE (Administração de Informação de Energia dos EUA), que mostraram uma forte demanda por petróleo em outubro, também ofereceram algum apoio aos preços, disse o analista do UBS, Giovanni Staunovo.
A demanda total por petróleo nos EUA aumentou 3,4% em outubro em relação ao ano anterior, disse o relatório.
A produção de petróleo dos EUA caiu ligeiramente em outubro, para 13,248 milhões de barris por dia, depois de ter estabelecido recordes mensais em agosto e setembro.
Os cortes de produção por parte da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e dos aliados liderados pela Rússia, grupo conhecido como Opep+, revelaram-se insuficientes para sustentar os preços, com uma queda dos valores de referência de quase 20% em relação a máximas do ano.
A Opep+ está atualmente reduzindo a produção em cerca de 6 milhões de barris por dia, o que representa cerca de 6% da oferta global.
A Opep enfrenta o enfraquecimento da procura pelo seu petróleo no primeiro semestre de 2024, num momento em que a sua quota de mercado global diminui para o nível mais baixo desde a pandemia da Covid-19, devido aos cortes na produção e à saída do membro Angola.
Uma pesquisa da Reuters com 34 economistas e analistas apontou que o petróleo Brent atingirá uma média de US$ 82,56 em 2024, abaixo do consenso de US$ 84,43 de novembro, já que eles previram que o fraco crescimento global limitará a demanda, enquanto as tensões geopolíticas poderão fornecer apoio.
(Reuters)

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