Preço do diesel volta a subir e isso pode te impactar mais que a gasolina

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Entre julho e novembro de 2023, o preço médio do diesel comum e S10 em todo o Brasil aumentou cerca de 23%. Como consequência, desde setembro, o litro do combustível está acima da casa dos R$ 6. A causa dos aumentos é uma união entre a reoneração do PIS/Cofins e alta internacional no preço do petróleo. Mas, afinal, como isso pode impactar mais a população do que possíveis aumentos na gasolina e no etanol?

De acordo com a última análise do Índice de Preços Edenred Ticket Log (IPTL), na Região Sudeste, o preço médio do litro da gasolina reduziu 1,04% na primeira quinzena de novembro, ante outubro, e fechou a R$ 5,73. Já o etanol foi comercializado a R$ 3,66, com redução de 0,27%.

O preço do diesel segue em alta e o comum foi comercializado a R$ 6,18, com aumento de 1,64% e o S-10 ficou 1,59% mais caro e fechou a quinzena R$ 6,39. A situação parece confortável para quem tem um carro de passeio na garagem, mas a realidade é que até quem anda a pé pode ser impactado.

Apesar de boa parte da população se mostrar mais sensível aos aumentos no preço da gasolina, devido aos impactos diretos no dia a dia, o economista Igor Lucena explica que é o custo do diesel que mais influencia a inflação, impactando principalmente os mais pobres.

“O consumo do diesel tem um efeito inflacionário muito grande. Ele impacta desde o valor da tarifa de ônibus até o preço da comida. Isso porque, no Brasil, basicamente tudo o que se consome é transportado por caminhões movidos a diesel. O preço do combustível aumenta o valor do frete, que eleva o preço dos insumos e demais produtos. É uma reação em cadeia”, explica o especialista. Existe também impactos financeiros no transporte ferroviário e fluvial.

O economista explica que o custo de produção do diesel é mais elevado do que o da gasolina, o que exige uma capacidade maior das refinarias. “As refinarias brasileiras são defasadas, o que aumenta o custo de produção e reduz a capacidade.

Preço do diesel vai aumentar ainda mais

Em janeiro, o diesel vai passar pela última fase de desoneração, quando terá alta de R$ 0,22 por litro, referente ao PIS/Cofins. Com isso, a incidência do imposto voltará a ser integral, de R$ 0,35 por litro. O imposto está zerado desde de 2022, em uma estratégia do governo Bolsonaro para conter o aumento do preço dos combustíveis.

A situação atual, no entanto, está mais branda do que em meados do ano passado, quando o preço do diesel S10 ultrapassava a casa dos R$ 7. E, pelo menos até o novo aumento em janeiro, a tendência deve ser de estabilidade. Segundo Ricardo Henrique, analista de dados do Instituto Paulista do Transporte de Carga (IPTC), a última semana demonstrou uma estabilidade na variação dos preços do diesel.

“Ao longo desta última semana, assim como nas anteriores, percebemos uma estabilidade notável nos preços do diesel em todas as capitais. É encorajador observar uma leve tendência de diminuição, indicando um cenário relativamente equilibrado. Contudo, é crucial permanecer atento, dado que o comportamento do mercado de combustíveis pode ser suscetível a alterações, especialmente em resposta às dinâmicas do setor econômico”, comenta o analista.

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