A guerra em Israel tem feito com que os preços do petróleo avancem de forma intensa no mercado internacional.
Com a escalada do conflito, o contrato do Brent com vencimento para dezembro avançava 2,12%, aos US$ 91,81, por volta de 14h31.
No entanto, ainda nesta tarde, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, disse que a atual cotação do petróleo não tem, necessariamente, a ver com esse conflito em si, mas sim com uma inflação estrutural.
Com isso, surgem especulações sobre o cenário para os combustíveis no Brasil.
Para Maurício Muruci, analista de açúcar e etanol na Safras & Mercado, a alta é significativa, mas nada fora do padrão.
“Uma alta expressiva, na minha visão, fica acima de 2,5%. O Prates está jogando ‘panos quentes’ nessa história do petróleo, mas é fato que, com essa escalada das tensões no Oriente Médio, aumentam os riscos geopolíticos e, consequentemente a pressão sobre a commodity”, explica.
Entretanto, Muruci ressalta que, se algum país produtor de petróleo como Irã ou Turquia entrarem no conflito, devemos ver os preços na casa de US$ 110 por barril, ainda que o cenário pareça distante.
“Estamos vendo um aumento das especulações quanto a aversão ao risco, e, quando a commodity sobe, a Petrobras acaba tendo de reajustar os preços, pelo menos no diesel, em função de uma ameaça de desabastecimento”, diz.
Apesar do cenário, o analista não enxerga a gasolina perdendo espaço para o etanol no mercado interno, mesmo com o bom momento do biocombustível.
“As vendas de gasolina no Brasil batem 3,5 bilhões de litros ao mês, contra 1,62 bilhão para o etanol, considerando o melhor mês de comercialização para o biocombustível, que foi setembro, sendo que em meses interiores esse volume ficou em 1,1 bilhão de litros. São escalas diferentes, com diferentes padrões de demanda. O cenário de alta do petróleo fortalece sim a gasolina, mas não dá para dizer ‘tchau’ para a gasolina”, finaliza.