A Stellantis anunciou hoje que seus primeiros veículos híbridos a etanol produzidos no Brasil serão fabricados a partir do próximo ano na unidade industrial de Goiana, em Pernambuco. Da mesma fábrica sairão também os futuros modelos 100% elétricos, segundo a companhia.
Globalmente, a Stellantis planeja alcançar a descarbonização total das operações e produtos até 2038, com redução de 50% das emissões de CO2 já em 2030. “Nossa prioridade é descarbonizar a mobilidade, e queremos fazer isto de modo acessível para o maior número de consumidores, desenvolvendo tecnologias e componentes no Brasil”, destacou, por meio de nota, o presidente da empresa na América Latina, Antonio Filosa.
Segundo a Stellantis, o desenvolvimento das novas plataformas, híbridas e elétricas, vai mobilizar centros de pesquisa da própria companhia em parceria com fornecedores, universidades e outros centros, como o Software Center, sediado no Porto Digital, em Recife.
Filosa, que está prestes a deixar o cargo em novembro para assumir o comando global da marca Jeep, reitera o objetivo de deixar para o sucessor (Emanuele Cappellano) o planejamento da expansão do parque de fornecedores no Nordeste.
Hoje a Stellantis tem, no entorno da fábrica de Goiana, 38 fornecedores de componentes e sistemas. Mas o objetivo é chegar a 50 no curto prazo. A meta posterior é chegar a 100 e, por isso, a empresa defende a prorrogação dos incentivos fiscais do programa automotivo no Nordeste e Centro-Oeste, previsto para terminar no fim de 2025.
Segundo a empresa, motores térmicos e eletrificados combinados serão, futuramente, produzidos nas outras fábricas do Brasil – Betim (MG) e Porto Real (RJ). A montadora prevê ter distintos graus de combinação térmica e da eletricidade na propulsão dos veículos.
“É uma oportunidade de reindustrialização e de reconfiguração da indústria nacional de autopeças, que é diversificada, complexa e muito importante para a economia brasileira”, destacou Filosa. Segundo o executivo, o desenvolvimento de novos produtos abre perspectivas de exportações para toda a América Latina.
“A decisão de investir na localização das novas tecnologias considera o horizonte de estabilidade e previsibilidade, decorrentes de marcos legais como a aprovação da reforma tributária”, completa a nota da empresa.