Valor Econômico
Os contratos futuros do petróleo encerraram o dia em alta firme, com o WTI atingindo o maior nível do ano, acima dos US$ 90, refletindo as perspectivas de aperto na oferta da commodity nos próximos meses.
O barril do petróleo Brent – referência global – para novembro subiu 1,98%, a US$ 93,70, enquanto o WTI, com entrega prevista para outubro, avançou 1,84%, a US$ 90,16.
A Schneider Electric destaca, em nota, que os ganhos consistentes da commodity se dão após o relatório da Agência Internacional de Energia (AIE), divulgado nesta semana, antecipar um déficit no quarto trimestre em fornecimento global, à medida que a Arábia Saudita e a Rússia prolongam os cortes de fornecimento até ao final do ano.
“A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados [Opep+] exibe um poder de fixação de preços notável, tentando habilmente aumentar os preços sem afetar significativamente a procura”, afirma Brian Swan, da Schneider Electric, em relatório.
O documento diz que isto é atribuído à “considerável quota de mercado da Opep+, à aliança com a Rússia e à natureza inelástica da oferta não-Opep”. Caso a Opep+ continue a impor restrições à produção e à exportação, “espera-se que os preços do petróleo permaneçam estáveis até que os preços elevados influenciem a procura de gasolina”, completa.
Nesse cenário, o otimismo prevalece no mercado de energia. “Os investidores de petróleo estão tão otimista que mesmo um dólar forte não pode inviabilizar a recuperação”, disse Edward Moya, analista de mercado sénior da Oanda.
Segundo o profissional, os “riscos de uma escassez significativa de oferta devem fazer com que muitos traders estejam de olho no nível de US$ 100 nos próximos meses”.