Crise da Americanas: varejista tenta permanecer no bilionário mercado de lojas de conveniência

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Com limitação financeira da gigante do varejo, distribuidora de combustíveis decidiu romper aliança em rede de lojas em postos de gasolina

O Globo Online

A Americanas vai recorrer da decisão da Vibra (ex-BR Distribuidora), que anunciou anteontem o fim da parceria que tinha com a varejista na rede de 1.300 lojas de conveniência em postos de combustíveis com a bandeira BR.

Em fevereiro de 2021, as duas empresas anunciaram uma joint venture, com 50% de participação cada, para integrar as lojas de conveniência BR Mania (marca da Vibra) e Local (da Americanas). Para isso, criaram a rede Vem. No entanto, com a recuperação judicial da Americanas, a Vibra decidiu encerrar a união.

A Americanas, segundo outra fonte, já está analisando de que forma vai impedir o fim da parceria, se via judicial ou por meio de arbitragem. Em comunicado, a Americanas disse que recebeu com surpresa a decisão da Vibra ‘sem que tivesse havido qualquer manifestação anterior ou qualquer comunicação prévia.’ A varejista destacou que ‘está avaliando os termos da notificação junto a seus assessores legais para resguardar o interesse da Americanas.’

Investimento limitado

No comunicado enviado anteontem ao mercado, a Vibra afirmou que os trâmites para encerrar a joint venture têm como objetivo assegurar a operação das franquias e que ‘o procedimento de desfazimento já estava estabelecido nos instrumentos da parceria.’

Segundo fontes, a Vibra decidiu iniciar o processo para desfazer a parceria por ver risco de continuidade da Americanas, uma vez que a varejista, por contrato, é a supridora dos produtos da Vem. Das 3.601 lojas da Americanas, 1.300 estão reunidas na Vem, que é avaliada, segundo fontes, em cerca de R$ 1 bilhão. A participação da Americanas é um dos ativos que a varejista poderia vender em seu processo de recuperação, apontam analistas.

Quando o negócio foi fechado, a Americanas concordou em pagar até R$ 305 milhões, aportando R$ 252 milhões e se comprometendo a investir outros R$ 53 milhões com base em metas de performance. Uma fonte a par explicou que a Americanas pagou porque o valor das lojas da Local era menor que o da rede BR Mania.

Das 1.300 lojas, 1.200 pertenciam originalmente à Vibra. O investimento futuro seria feito pela Vem. A ideia seria, com a parceria, disse a fonte, buscar oportunidades nos cerca de oito mil postos da rede BR que estão presentes em todos os estados do país. Agora, com a crise, a capacidade de investimento da Americanas foi comprometida.

No terceiro trimestre do ano passado, as vendas nas lojas da Vem tiveram aumento superior a 12%, de acordo com balanço da Vibra. Entre julho e setembro de 2021, a Vem reformou 180 lojas da BR Mania. Os espaços que passaram por melhorias tiveram alta de 40% no faturamento.

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Recentemente, as duas empresas lançaram um programa piloto de crédito para financiar franqueados na abertura de lojas e no capital de giro, projeto que pode estar ameaçado.

As lojas de conveniência representam um negócio bilionário no Brasil. O segmento fatura cerca de R$ 9 bilhões por ano, de acordo com dados do setor. O potencial de crescimento é grande, já que se estima que apenas 20% dos postos no Brasil contam com esse tipo de espaço.

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