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Money Times

É pouco provável que o preço dos combustíveis sofra com altas expressivas no próximo ano, mas existem fatores de preocupação, avalia Robson Gonçalves, economista e professor de MBAs da FGV (Fundação Getúlio Vargas).

Conforme explica o professor, há dois fatores que dão essa segurança. O primeiro é o dólar, que está bastante estabilizado, ‘não há nenhuma perspectiva de que ele volte a subir com força’.

Em segundo lugar, o STF (Supremo Tribunal Federal), que aprovou um limitador para o ICMS sobre os combustíveis.

Para Gonçalves, havia um temor de que o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), que foi reduzido em 2022, voltasse a subir e os preços, que caíram por conta dessa decisão, voltassem a subir.

‘Mas com a decisão [do STF] cria-se um cenário de mais estabilidade para os preços dos combustíveis’, explica.

Pontos de atenção

Para Leandro Torelli, coordenador do curso de pós-graduação em Teoria e Análise Econômica, da FESPSP, existem dois fatores, um fator interno e outro externo ao Brasil, que devem influenciar os preços dos combustíveis no próximo ano.

O primeiro é a Guerra na Ucrânia, que pode impactar a transmissão de energia na Europa, a depender de como ela se desenrolar no próximo ano. Por isso, é possível que ela interfira no mercado de combustíveis no mundo todo.

Já o segundo fator é a política de tributação dos combustíveis no país. Segundo Torelli, a manutenção ou não das mudanças legislativas realizadas pelo governo atual.

Para além da questão do ICMS, se a redução vai se manter ou não, o professor avalia que ‘é importante saber se a nova administração da Petrobras (PETR4) vai manter a política de preços a partir da paridade internacional’, explica.

A volta da cobrança do PIS e Cofins também é um fator de preocupação sobre o preço dos combustíveis, aponta Robson Gonçalves.

Houve uma redução desses impostos ao longo dos últimos anos e a necessidade de trazer equilíbrio fiscal em 2023 pode fazer com que ele seja majorado, ‘mas isso é pouco provável de acontecer em um primeiro ano de governo’, pondera.

Segundo cálculos do CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura), a volta da cobrança de PIS e Cofins pode representar um aumento de R$ 0,69 por litro de gasolina.

Isso corresponde a uma alta de 14% sobre o preço médio de R$ 4,93 encontrado nos postos brasileiros na semana de 18 a 24 de dezembro pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis).

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