O Estado de São Paulo
Os contratos futuros de petróleo fecharam em baixa nesta quinta-feira (24), pressionados pelos casos de Covid-19 na China e com discussões sobre o teto do petróleo russo no radar. O movimento ocorreu apesar da desvalorização do dólar ante rivais, visto que a commodity é cotada pela moeda americana.
Na Intercontinental Exchange (ICE), o petróleo Brent para janeiro de 2023 recuou 0,08% (US$ 0,07), a US$ 85,34 o barril. No pregão eletrônico da New York Mercantile Exchange (Nymex), às 15h29 (de Brasília), o barril com entrega para o mesmo mês operava em estabilidade, a US$ 77,94.
Segundo Victoria Scholar, analista da Interactive Investor, os preços de petróleo operam em baixa “depois que o G7 propôs um limite de preço para o petróleo russo que é mais alto do que os preços atuais do mercado, ajudando a aliviar as preocupações sobre a oferta restritiva no mercado”. Segundo reportagem da Bloomberg, o preço discutido está entre US$ 65 e US$ 70 o barril.
De acordo com análise do Rabobank, vários países (incluindo Espanha, França e Polônia) pensam que, de acordo com as propostas atuais, o teto de preço é muito alto para ser útil.
Hoje, o porta-voz do governo russo, Dmitry Peskov, destacou que o presidente do país, Vladimir Putin, não pretende fornecer petróleo e gás para países que apoiarem o teto de preço do óleo, que deverá ser feito pelo G7, o que prejudicaria o lado da oferta.
Segundo análise do Rabobank, os principais fatores relacionados à volatilidade do Brent de hoje, além do teto do preço do petróleo russo, parecem ser as preocupações com a demanda chinesa, à medida que a Covid-19 se espalha rapidamente no país e os bloqueios são cada vez mais comuns.
Hoje, o país vem ampliando os lockdowns à medida que o número de casos da doença atingiu novo recorde diário. Em toda o país, a China registrou o recorde de 31.444 registrados nas últimas 24 horas na madrugada de hoje, segundo informou hoje a Comissão Nacional de Saúde.