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A Opep deve manter sua visão de que a demanda mundial por petróleo aumentará por mais uma década, mais tempo do que muitos outros analistas preveem, apesar do crescente papel das energias renováveis e dos carros elétricos, disseram duas fontes da Opep.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo vai atualizar suas previsões de demanda de petróleo de longo prazo em 31 de outubro, na divulgação do relatório World Oil Outlook 2022.
Outra década ou mais de crescimento da demanda por petróleo seria um impulso para os produtores e para a Opep, cujos 13 membros dependem da renda do petróleo, e justificaria o investimento contínuo em novos suprimentos.
Já consumidores e governos que pedem esforços para reduzir o uso de petróleo para combater as mudanças climáticas ficariam menos felizes.
A Opep fez uma mudança em 2020 quando a pandemia atingiu a demanda, dizendo que ela acabaria desacelerando, depois de anos prevendo um consumo cada vez maior.
A atualização mais recente provavelmente manterá a Opep entre as previsões mais otimistas da demanda por petróleo.
“É semelhante ao ano passado em termos de perspectiva de demanda”, disse uma das fontes da Opep sob condição de anonimato.
A segunda fonte disse que a Opep não adiantou seu cronograma para quando o platô da demanda está previsto.
Outras previsões veem a demanda por petróleo atingir o pico mais cedo.
A TotalEngergies previu que isso acontecerá antes de 2030.
A Agência Internacional de Energia disse na quinta-feira, pela primeira vez na história de sua modelagem, que a demanda por todos os combustíveis fósseis deve atingir o pico, com a demanda de petróleo se estabilizando em meados da próxima década.
A sede da Opep em Viena se recusou a responder a perguntas antes do lançamento da publicação na segunda-feira em Abu Dhabi, que contará com a presença do secretário-geral da Opep, Haitham Al Ghais, e outros funcionários da Opep.
Outra fonte da Opep disse que a invasão da Ucrânia pela Rússia –que elevou os preços do petróleo e do gás e levou a uma crise de energia– pode aumentar a demanda por petróleo no curto prazo devido à troca de combustível, assim como a recuperação em andamento da pandemia.
“Espera-se que o petróleo e o gás continuem a ser os combustíveis dominantes na matriz energética mundial até meados do século”, disse esta fonte.