Estadão/ Estradão
A Volvo Trucks começará a testar caminhões elétricos a hidrogênio em 2025. A empresa adapatará os veículos para operações de longas distâncias, com foco inicial na Europa. Estes modelos serão opção no futuro para regiões com pouca oferta de recarga de baterias. Segundo a montadora, os caminhões a hidrogênio emitem apenas vapor de água e têm autonomia de até 1.000 km. Ou seja, quase uma ida e volta de São Paulo ao Rio de Janeiro.
A montadora acredita que os testes mostrarão o potencial para esses caminhões em viagens maiores. De qualquer maneira, realizará os testes em clima severo. E com cargas pesadas, que terão algo em torno de 65 toneladas. Assim, a Volvo quer analisar todas as diferentes características da operação de transporte. Incluindo aspectos como dirigibilidade, bem como a experiência do motorista.
A tecnologia funciona assim: as células de combustível geram sua própria eletricidade após passarem por processo químico no sistema do veículo. Dessa forma, não é necessário recargar das baterias em fonte externa. Além disso, o resultado da reação química é o vapor de água. Segundo a Volvo, os caminhões da marca usarão duas células de combustível com capacidade para gerar 300 kW de potência. E terão tempo de reabastecimento de cerca de 15 minutos.
Hidrogênio verde
A tecnologia de célula de hidrogênio está na fase inicial. Embora existam benefícios, há desafios. Especialmente em relação ao fornecimento do combustível. Ele é feito de fontes de energias renováveis – como a eólica, hídrica e solar. Por fim, outro desafio é a rede de abastecimento. A Volvo abastecerá os veículos a hidrogênio nas garagens das empresas. Elas serão selecionadas pela montadora no período de testes.
De acordo com a Volvo, a expectativa é de que o fornecimento de hidrogênio aumente nos próximos dois anos. Isso porque muitas indústrias dependerão dele para reduzir as emissões de CO2. A marca sueca acredita que os caminhões a célula de combustível serão importantes. Principalmente para transportes pesados e de longas distâncias.
Joint-venture
As células de combustível dos caminhões da Volvo serão fornecidas pela Cellcentric. É uma joint venture entre o Grupo Volvo e a Daimler Truck AG. A empresa construirá uma das maiores instalações da Europa. Assim, o local produzirá o combustível em larga escala.
Eixo elétrico para mais baterias
Outra novidade da Volvo é um eixo traseiro elétrico. Ele tem espaço maior para acomodar mais baterias. Assim, o objetivo é aumentar a autonomia. Ou seja, com ele, os caminhões elétricos da marca poderão fazer viagens longas. Em breve, a Volvo iniciará a produção em série de caminhões com o novo eixo eletrônico. E o implementará nos modelos a hidrogênio.
O plano é lançar esses caminhões até 2025. O eixo elétrico beneficiará os modelos a hidrogênio porque fornecerá espaço extra para instalar componentes adicionais. Atualmente, a Volvo Trucks tem seis diferentes caminhões elétricos a bateria. Todos em produção. A sueca acredita que essas soluções serão necessárias para enfrentar as mudanças climáticas.
Célula de etanol para o futuro
No Brasil, as montadoras apostam atualmente na tecnologia de célula de combustível a base de etanol. Isso para automóveis. Mas é algo que pode migrar para os caminhões. O ciclo do etanol é considerado mais limpo, e tem origem renovável. Além disso, não demandará a criação de uma rede de recarga, como ocorre com os veículos elétricos a baterias. Afinal, o abastecimento poderá ser feito da mesma forma que é hoje com os combustíveis tradicionais.
Tal como contamos no Estradão, a Mercedes-Benz também terá caminhões a hidrogênio. A produção em série também terá início em 2025. A informação foi revelada na abertura do IAA Transportation, o Salão de Hannover. Na prática, o sistema utiliza motor elétrico. Porém, a energia não vem de baterias. A geração é feita no próprio caminhão a partir da célula a combustível. O mais comum é o hidrogênio, mas há soluções como as células a etanol.
Mercedes-Benz testa hidrogênio desde 2021
Seja como for, os primeiros protótipos de caminhões da Mercedes-Benz a célula a hidrogênio estão em testes em operações reais desde 2021. Segundo a marca, o GenH2 Truck é utilizado em pistas e vias públicas. Além disso, a empresa revela a que utiliza hidrogênio líquido.
De acordo com a marca, neste estado o hidrogênio tem maior densidade energética em relação ao produto em estado gasoso. Como resultado, há maior autonomia e desempenho parecido com o de caminhões convencionais com motor a diesel. Conforme a marca, o GenH2 pode rodar 1.000 km.
Para isso, o modelo que vai ser feito em série deverá ter dois tanques para hidrogênio. Segundo a marca, a capacidade total é de 80 kg de hidrogênio. Além disso, no Mercedes-Benz GenH2 a carga útil chega a 25 toneladas e o peso bruto é de 40 toneladas.