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A transportadora global Maersk anunciou na última sexta (19/8) uma parceria com a empresa chinesa de bioenergia Debo para fornecimento de 200 mil toneladas por ano de biometanol feito a partir de resíduos agrícolas.
A operação comercial está prevista para 2024 e é a sétima da companhia de logística, que vem fechando parcerias no mundo inteiro para aumentar o fornecimento global de combustível limpo para o transporte marítimo.
Com meta de atingir emissões líquidas zero em todas as suas operações até 2040 — bem antes do previsto para a navegação — a Maersk está apostando no metanol verde para transição da frota.
Um dos obstáculos, no entanto, é a disponibilidade em escala e a viabilidade econômica. Segundo a companhia, as parcerias entre ecossistemas e geografias são essenciais para avançar nesta agenda já nesta década.
E ela não está sozinha. No final de junho, mais de 100 CEOs e representantes de governos concordaram por unanimidade no desenvolvimento de hubs de abastecimento de combustíveis sustentáveis para navios e corredores marítimos verdes.
Enquanto um consórcio formado pelo Fórum Marítimo Global, BHP, Rio Tinto, Oldendorff Carriers e Star Bulk Carriers avalia a criação de um corredor verde de minério de ferro entre a Austrália e o Leste da Ásia, de olho na amônia verde.
Para a Maersk, o metanol limpo é a solução de curto e médio prazo.
“O metanol verde é a única solução pronta para o mercado e escalável disponível hoje para envio”, afirma Henriette Hallberg Thygesen, CEO de Fleet & Strategic Brands da AP Moller — Maersk.
Em março, a companhia já havia firmado outras seis parcerias com a Cimc Enric, European Energy, Green Technology Bank, Orsted, Proman e WasteFuel somando 730 mil toneladas/ano de metanol verde até o final de 2025.
O volume é superior ao necessário para os primeiros 12 navios porta-container verdes encomendados pela transportadora. A quantidade a mais de combustível será vendida, inclusive todo o volume produzido em parceria com a Debo.
São projetos de bio e e-metanol que, uma vez totalmente desenvolvidos, permitirão à Maersk obter o combustível marítimo em escala em várias regiões do mundo — as parcerias incluem empresas na China, América do Norte e América do Sul.
O biometanol é obtido a partir de biomassa, como resíduos agrícolas, enquanto o e-metanol é obtido a partir de um processo que usa hidrogênio de eletrólise e captura de CO?.
“A produção deve ser aumentada por meio da colaboração em todo o ecossistema e em todo o mundo. É por isso que essas parcerias representam um marco importante para iniciar a transição para a energia verde”, completa Henriette.
Nayara Machado
Fonte: Epbr