EPBR
Dona da única refinaria de grande porte vendida pela Petrobras até o momento, a Acelen reclama que paga mais pelo petróleo produzido no país. A companhia controla a Refinaria de Mataripe, na Bahia.
— “Tenho dificuldade por causa da estrutura fiscal, de como ela é construída e dos benefícios para exportar petróleo. Sou a segunda maior refinaria do Brasil e não consigo comprar petróleo no preço que é exportado a partir do Rio ou da Bacia de Campos”, afirma Luiz de Mendonça, presidente da Acelen, em entrevista a O Globo.
— “A rigor, pago mais caro na origem do que uma refinaria europeia ou asiática, que está recebendo petróleo”.
O executivo cobra uma transição mais acelerada de um mercado praticamente dependente da Petrobras para a entrada do refino privado.
– “Tem carga tributária, vantagem para exportar e, às vezes, você exporta por uma trading e apura menos imposto. A Petrobras consegue driblar isso fazendo preço de transferência entre as refinarias. Eu não”, lista Mendonça.
Os preços pagos pela Acelen pelo petróleo brasileiro estão sob análise do Cade. A princípio, havia uma suspeita de infração concorrencial por parte da refinaria, mas a ação acabou se convertendo numa investigação sobre os valores cobrados pela Petrobras pelo óleo vendido à empresa.
Na sexta-feira (12/8), a Acelen reduziu em 4% o preço da gasolina e em 4,3%, do diesel – valores abaixo dos cobrados pela Petrobras. Em outros momentos, porém, teve preços maiores que os da Petrobras, refletindo nos valores nas bombas da Bahia.