Valor Econômico
A PetroRecôncavo espera assinar “em breve” o contrato de compra do Polo Bahia Terra no processo de desinvestimentos da Petrobras, disse o presidente da companhia, Marcelo Magalhães, em teleconferência com analistas na manhã de ontem. Em junho, o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJ-RJ) determinou a suspensão das negociações entre a Petrobras e o consórcio formado por PetroRecôncavo e Eneva.
“Ouvimos dos nossos assessores jurídicos que temos uma causa muito boa e que vamos prevalecer. Estamos trabalhando com a Eneva em todo o desenho da relação entre as empresas nesse consórcio”, disse Magalhães.
Com 28 concessões e infraestrutura associada localizadas nas Bacias do Recôncavo e Tucano, o Polo Bahia Terra é um dos maiores ativos terrestres do processo de desinvestimentos da Petrobras. “A minha impressão é que essas questões jurídicas vão ser solucionadas antes que questões de macroeconomia ou eleitorais sejam influentes em relação a esse negócio. Monitoramos esses temas, que podem vir a ser uma questão em algum momento, mas não são ainda”, afirmou.
Segundo Magalhães, ao todo, a PetroRecôncavo prevê perfurar 44 poços nas áreas que adquiriu nos processos de venda de ativos da Petrobras nos últimos anos. O executivo destacou que a empresa pretende ampliar as aquisições e contratações de novas sondas. “Os resultados de perfuração têm se mostrado de forma intensa e pretendemos seguir com essas campanhas”, afirmou.
O executivo disse que a produção do Polo Miranga, na Bacia do Recôncavo, cresceu 80% desde que a PetroRecôncavo assumiu o ativo, em dezembro. De acordo com o diretor financeiro e de relações com investidores, Rafael Cunha, a companhia tem sentido uma pressão inflacionária relacionada à alta de custos no setor de petróleo. “Temos sentido um pouco de pressão inflacionária, na linha de materiais, assim como toda a indústria. Mas isso está dentro de patamares controlados”, disse.
Cunha acrescentou que, no contexto da alta de preços, a receita do segmento de gás tem crescido. “A participação da receita de gás vem crescendo de forma bastante significativa, o que já prevê uma diversificação de receitas e reduz a nossa necessidade de fazer hegdes [proteções cambiais] para o petróleo”, afirmou.
O presidente da PetroRecôncavo disse ainda que a companhia vai analisar o processo de venda do Polo Urucu, na Bacia do Solimões, quando for relançado pela Petrobras. A petroleira também segue atenta ao processo de oferta permanente de áreas da Agência Nacional do Petróleo (ANP) e a ativos de gás, disse Magalhães. Segundo ele, a empresa também avalia ativos no exterior e em águas rasas, mas o foco da PetroRecôncavo em aquisições seguirá sendo ativos terrestres para revitalização.