Agência Estado
O volume de etanol hidratado comercializado na semana passada subiu 79,2% frente à anterior, informou o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq) em análise semanal. De acordo com o boletim, alguns compradores de maior porte voltaram ao mercado e “a possibilidade de haver reajuste no preço da gasolina é considerada nas decisões dos agentes”.
O Cepea afirma que o preço da gasolina nos Estados Unidos – principal exportador do combustível para o Brasil – alcançou recorde na semana passada, “deixando a gasolina e o diesel do Brasil em forte defasagem”. O contrato futuro mais curto na CME Group (Bolsa de Chicago) teve média de US$ 3,6163 o galão, 6,3% a mais do que no período anterior. Já o contrato mais líquido do petróleo tipo crude oil subiu 4,12% na mesma comparação, a US$ 106,68/barril, em média, enquanto o primeiro vencimento do Brent teve média de US$ 109,56/barril, avanço semanal de 3,51%.
Nesta segunda-feira (9), a Petrobras anunciou a elevação de R$ 0,40 no preço do litro do diesel nas refinarias a partir de amanhã (10). A cotação para as distribuidoras passa de R$ 4,51 para R$ 4,91. O preço da gasolina continua, por enquanto, inalterado. A Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) calcula que a gasolina esteja com defasagem de 19% frente à paridade internacional e o diesel, de 11%, mesmo após o ajuste.
Apesar da possibilidade de reajuste para cima da gasolina, os preços do etanol no Estado de São Paulo recuaram durante a semana passada: o indicador Cepea/Esalq do hidratado caiu 5,05%, a R$ 3,3198/litro, e o do anidro, 3,99%, a R$ 3,3198/litro. O motivo, de acordo com o relatório, é o aumento no número de usinas processando cana-de-açúcar na safra – a temporada começa formalmente em abril, mas este ano muitas unidades atrasaram o início da moagem.
O Cepea afirma ainda que na semana passada o fluxo do biocombustível no Centro-Sul foi intenso, “com forte envio de volumes de hidratado dos Estados de Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul para as bases paulistas, por meio de diferentes modais, rodo e ferroviário”.
Contato: augusto.decker@estadao.com