O Estado de S. Paulo
A volatilidade no mercado de combustíveis no Golfo do México se intensificou nesta quinta-feira, 17, e fez com que o preço do diesel voltasse a registrar defasagem em relação ao mercado brasileiro, depois de ter ficado 6% abaixo dos preços da Petrobras na quarta, informou a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom).
A indicação de que não houve progresso na rodada de negociações entre representantes russos e ucranianos, para colocar um fim no conflito no Leste Europeu, fez com que o diesel subisse junto com o petróleo na manhã desta quinta.
Depois de abrir mostrando uma pequena diferença em relação ao diesel vendido pelas refinarias da Petrobras, de apenas 2% para baixo, o mercado virou e passou a registrar uma defasagem de 4% para cima. Ou seja, para se equiparar ao mercado externo, a estatal teria que dar um aumento de R$ 0,20 no diesel.
No caso da gasolina, a defasagem é de 9%, e para equalizar com o mercado internacional a Petrobras teria que dar um aumento de R$ 0,40.
Já na Bahia, onde os combustíveis têm sido reajustados com mais frequência depois que a Petrobras vendeu a Refinaria de Mataripe (ex-Landulpho Alves) para o fundo árabe Mubadala, o preço de importação do diesel tem defasagem de apenas 1% e o da gasolina, de 3%, segundo a Abicom.
Depois de ter fechado ontem a US$ 98,02, o petróleo voltou ao patamar de US$ 100 e operava a US $104,07 por volta das 10h.
A volatilidade do mercado fez o presidente Jair Bolsonaro criticar mais uma vez a Petrobras. Na quarta, ele afirmou que a empresa teria que rever o aumento dado na semana passada, já que o petróleo registrava queda, cenário que já mudou nesta manhã. A pressão tem sido grande para que o presidente da Petrobras, general Joaquim Silva e Luna renuncie, mas fontes próximas ao militar já afirmaram que ele não deixará o cargo por vontade própria.