Nova Cana
A retirada ou redução de impostos sobre combustíveis, que vem sendo discutida no Congresso, poderia ajudar a Raízen, afirmou o CEO da companhia, Ricardo Mussa. “Nossos negócios sofrem muito com sonegação de impostos. Tudo o que reduz tributos vai reduzir a sonegação, e isso nos ajuda muito”, disse ele nesta terça-feira, 15, em teleconferência com investidores e analistas.
O executivo destacou ainda que vê favoravelmente uma queda no ônus tributário sobre o consumidor. “A redução do preço do combustível também é boa para nós”, completou.
Para Mussa, as propostas que tramitam no Congresso, como a de redução de ICMS, são “todas boas”. “Nunca vi tanto alinhamento no Congresso quanto ao fato de que algo deve acontecer, e as mudanças que vi até agora estão indo na direção correta”.
Para o executivo, o preço dos combustíveis na refinaria pode subir ainda mais, já que, com os preços atuais do petróleo, a Petrobras precisará elevar a cotação da gasolina. “A gasolina está abaixo da paridade de importação”, disse ele. “No nível atual, em algum momento terá de alterar, porque o Brasil não é autossuficiente em gasolina. No caso do diesel, pode demorar mais, mas acho que à frente há potencial para a alta da gasolina”.
O avanço no combustível fóssil tende a valorizar o etanol, produzido pela Raízen. Mussa vê também o açúcar com preços firmes. “O indicador principal é como a Índia vai desenvolver o programa de etanol”, disse. “Eles estão fazendo um bom trabalho de mover açúcar para etanol, e isso afasta a Índia de subsídios de exportação. E tem também o programa RenovaBio, que vai criar mais estabilidade por demanda por etanol. Continuamos altistas para o preço de açúcar no longo prazo”, completou, destacando que a companhia continua mantendo a estratégia de hedge do adoçante.