Petróleo fecha em alta, no maior nível desde 2014, com tensões na Ucrânia

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O Estado de S.Paulo

Os contratos futuros do petróleo fecharam em alta nesta segunda-feira, atingindo o maior nível desde 2014, em sessão marcada pela volatilidade. A commodity operou em alta durante o começo do dia, mas depois virou para baixo, à medida que o dólar se fortalecia em meio a crescentes temores de que a Ucrânia seja invadida pela Rússia. Durante a tarde, o petróleo passou a subir e ampliou ganhos com relatos de que o ataque russo pode estar próximo.

“Com uma possível guerra, muitos países da região poderão ter dificuldades de explorar ou até ter seus campos de exploração atingidos”, diz Julia Monteiro, analista da MyCap. “Esse bloco de oposição à Rússia promete sanções severas contra o país, que também é um dos grandes exportadores de petróleo. Se a Rússia não conseguir escoar petróleo, vai faltar a commodity no mundo”, acrescenta.

Em Nova York, o barril do petróleo WTI com entrega prevista para março subiu 2,53%, a US$ 95,46, no maior nível desde 2014. Já o Brent para abril, padrão utilizado pela Petrobras, avançou 2,26%, a US$ 96,48 em Londres.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse que foi avisado de que a Rússia atacará o país na próxima quarta-feira, 16. Além disso, o ministro da Energia dos Emirados Árabes Unidos, Suhail al-Mazrouei, afirmou hoje que essas tensões geopolíticas puxam para cima o preço do petróleo, mais do que um problema na oferta que poderia justificar que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) acelerasse o aumento de seus embarques.

Já o ministro das Relações Exteriores do Irã, Hossein Amirabdollahian, disse que o Irã está ansioso para chegar a um acordo rápido com potências mundiais em negociações nucleares.

Para a Rystad Energy, as notícias esperançosas sobre as negociações nucleares Irã-Estados Unidos são superadas por preocupações persistentes com as tensões militares na Ucrânia e suas possíveis ramificações nas exportações russas. “A ameaça de guerra e ruptura pode ser suficiente para elevar os preços. A tensa situação da Ucrânia ainda pode sair do controle, e o mercado de petróleo está no limite à procura de notícias da cena diplomática”, destaca ela, em relatório enviado a clientes.

De acordo com o TD Securities, além das tensões geopolíticas, que ainda podem levar os preços do petróleo a três dígitos, outros fatores do lado da oferta começaram a diminuir e podem fazer os preços caírem. “Continuamos a notar sinais nascentes de normalização da produção na Líbia, Nigéria, Venezuela e em outros países da Opep+, sugerindo que os riscos operacionais diminuíram ultimamente”, pondera.

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