Petrobras avalia novos mercados na transição energética

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Valor Econômico

A Petrobras analisa oportunidades em mercados como o de pequenas usinas nucleares, energia geotérmica e diferentes tipos de eólica e fotovoltaica. Ao participar do Latin America Investment Conference 2022, promovido pelo Credit Suisse na manhã de ontem, o presidente da estatal, Joaquim Silva e Luna, citou pela primeira vez algumas das áreas que estão em estudo pela empresa no cenário de transição energética. Junto ao diretor financeiro e de relações com investidores da estatal, Rodrigo Araujo, o executivo também reiterou que a companhia mantém a intenção de relançar os processos de venda de refinarias que foram encerrados sem sucesso.
Araujo confirmou que a ideia da empresa é relançar os desinvestimos da Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), no Rio Grande do Sul, e para a Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná. O executivo não deu detalhes sobre os prazos. A Petrobras assinou em 2019 um acordo com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para a venda de oito ativos de refino fora do eixo Rio-São Paulo até o fim de 2021. Com a pandemia, no entanto, os processos atrasaram.
Até o momento, foram vendidas a Landulpho Alves (Rlam), na Bahia, a Isaac Sabbá (Reman), no Amazonas, e a Unidade de Industrialização do Xisto (SIX), no Paraná. Os processos de desinvestimento da Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Minas Gerais, e da Refinaria Lubrificantes e Derivados do Nordeste (Lubnor), no Ceará, seguem em andamento. No caso da Refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco, Araujo disse que a companhia vai prosseguir com as obras de conclusão do ativo antes de relançar o processo de venda. O plano de negócios para o período de 2022 a 2026 da empresa prevê investimentos de US$ 1 bilhão para a conclusão do segundo trem da refinaria.
Com as mudanças no mercado de energia, o foco atual da Petrobras é a “melhor produção com o menor nível de carbono”, disse o presidente. “Temos um compromisso, uma ambição alinhada com o Acordo de Paris, em que temos um compromisso de redução de 25% das emissões de nossas operações até 2030”, afirmou.
Na visão do diretor financeiro, a companhia tem vantagem competitiva em áreas como alta tecnologia e projetos de grande escala. “Temos que analisar que tipo de investimento podemos fazer para a transição energética. Entendo que o petróleo ainda será uma fonte que vai durar bastante tempo”, apontou Araujo.
Não há ainda nenhum recurso específico alocado para novas fontes de energia, mas estudos sobre a entrada da empresa em novos mercados estão em curso no centro de pesquisas da petroleira.
O presidente da estatal explicou que a Petrobras tem um valor previsto para o conjunto de descarbonização como um todo, e não olha especificamente para um projeto. “Não pensamos em nenhum tipo de investimento sem a clareza de que vai ter retorno”, acrescentou Silva e Luna.
Sobre o mercado de gás natural, o diretor financeiro afirmou que é importante assegurar que a abertura do mercado no Brasil ocorra da melhor forma possível, a despeito do cenário global desafiador de preços de gás.
“O aumento de preço de forma alguma está sendo causado pela abertura de mercado, pelo contrário, é a abertura do mercado que está ocorrendo num momento de preços elevados”, disse.
O presidente da petroleira lembrou que a empresa importa cerca de 50% do gás que abastece o mercado brasileiro. “Tivemos um problema hídrico, o Brasil teve que acionar as termelétricas e a Petrobras teve que aumentar muito a importação de gás.Passamos de 40 navios para quase 120. É um momento sensível, mas temos esse compromisso com o desinvestimento e abertura do mercado”, afirmou.

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