Para não ser ‘jabuticaba’, Volvo investe em eletrificação no Brasil

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Valor Econômico

A Volvo é a primeira montadora de veículos comerciais instalada no Brasil que deixa clara sua posição em relação à eletrificação e também sai na frente no anúncio de uma agenda para que isso aconteça. A direção da companhia admite que esse processo na América Latina será mais lento do que na Europa, por exemplo. Mas não deixa dúvidas em relação ao tipo de energia que moverá seus veículos num futuro não tão distante.
“Será que vamos querer ser a jabuticaba nessa transformação?”, diz o presidente do grupo Volvo na América Latina, Wilson Lirmann. Isso não significa, porém, destaca o executivo brasileiro, que a empresa deixará de investir nos motores convencionais até a eletrificação se consolidar. “O futuro é elétrico, mas continuaremos, antes, a investir nos demais motores”. diz.
A produção de veículos elétricos da marca sueca no Brasil está prevista para acontecer na parte final do novo plano de investimentos, ou seja, por volta de 2025. A eletrificação começará pelos ônibus urbanos. “Os veículos urbanos têm um circuito repetitivo em rotas que não passam de 250 quilômetros por dia, o que atende à autonomia das baterias”, afirma Fabiano Todeschini, responsável pela área dos ônibus Volvo na América Latina.
O mesmo não ocorre nos ônibus rodoviários, que percorrem longas distâncias, o que exige infraestrutura de carregamento de baterias ao longo do percurso. O mesmo vale para os caminhões pesados e semipesados, uma especialidade da Volvo. É por isso que a empresa também tem trabalhado, segundo Lirmann, no desenvolvimento de células de hidrogênio, que geram eletricidade sem a restrição da autonomia das baterias. Essa tende a ser uma solução promissora para a linha de pesados.
Uma parte do investimento de R$ 1,5 bilhão vai complementar recursos já gastos no desenvolvimento dos próximos motores a diesel que atenderão à nova regra de emissões, chamada de Euro 6 e que entrará em vigor no Brasil em janeiro de 2023. A primeira parte dos recursos usados no projeto do Euro 6 foi contemplada no plano de investimentos anterior, que somou R$ 1 bilhão entre 2020 e 2022. O novo programa prevê, também, o desenvolvimento de novos produtos, sistemas de conectividade e digitalização. “A indústria tem um enorme desafio de transformação”, afirma Lirmann.
Segundo ele, a operação brasileira disputa com as seis outras espalhadas pelo mundo o destino dos investimentos da montadora sueca. Pesa contra o país o ambiente econômico instável, com “freios ao crescimento”, diz.

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