“Se pudesse, ficava livre da Petrobras”, diz Bolsonaro após alta da gasolina

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O presidente Jair Bolsonaro (PL) negou hoje ter responsabilidade sobre o preço dos combustíveis e disse que, se pudesse, ficaria livre da Petrobras.

“Alguém acha que eu sou o malvadão, que foi aumentado o preço da gasolina e do diesel ontem porque sou o malvadão? Primeiro que não tenho controle sobre isso. Se pudesse, ficaria livre da Petrobras”, disse ele em entrevista ao site Gazeta Brasil transmitida ao vivo nas redes sociais.

Passaram a valer hoje os aumentos dos preços da gasolina e do diesel. O valor médio da gasolina vendida para as distribuidoras passou de R$ 3,09 para R$ 3,24 por litro, um reajuste de 4,85%. Já para o diesel, de R$ 3,34 para R$ 3,61 por litro, alta de 8,08%.

De acordo com a Petrobras, o reajuste é para evitar o risco de desabastecimento.

A alta no preço dos combustíveis foi um dos principais fatores para a inflação de 10,06% em 2021, de acordo com o gerente do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), Pedro Kislanov. Durante o ano, a gasolina acumulou alta de 47,49% em 2021, e o etanol, de 62,23%.

Na mesma entrevista, Bolsonaro também afirmou que a crise hídrica influenciou os valores. “Enfrentamos, além da covid, uma crise de água enorme, que influenciou no preço do combustível. Daí, aparecem as bandeiras, amarela, vermelha. Quem decide as bandeiras não sou eu, é a Agência Nacional de Energia Elétrica, agência independente criada em 1999”.

Durante seu governo, Bolsonaro coleciona uma série de atritos com a Petrobras. Em dezembro de 2021, a empresa precisou informar que não antecipa decisões de reajuste após o presidente dizer que a estatal anunciaria uma redução nos preços dos combustíveis ainda naquele mês.

Em novembro do ano passado, a Petrobras também se pronunciou após Bolsonaro afirmar que havia entrado em contato com a equipe econômica para privatizar a estatal. Em nota, a empresa informou que havia consultado o Ministério da Economia sobre a existência de estudos sobre sua privatização, mas que a resposta foi negativa.

No começo de 2021, Bolsonaro demitiu o então presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, que foi substituído pelo general Joaquim Silva e Luna.

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