Alta no consumo de gás natural sobe na Europa, Estados Unidos e China poderá ser compensado com mais oferta da Opep+
Valor Online
O temor de que a crescente demanda por gás e petróleo no mundo provoque uma crise energética global ganhou força ontem diante da disparada dos preços das commodities para níveis não vistos há mais de três anos.
Com o avanço da vacinação contra a covid-19, houve um aumento acima do esperado no consumo não só de gás mas também de petróleo e derivados na Europa, Estados Unidos e China, o que puxou para cima os preços das commodities e levanta o receio de que surjam gargalos que comprometam a capacidade de produção das grandes economias e, como consequência, gerem inflação e inibam o crescimento global.
Ontem, os preços dos contratos futuros de gás natural fecharam a US$ 5,841 por milhão de unidades térmicas (BTU), alta de 2,4% e maior nível desde fevereiro de 2014. O barril de petróleo tipo Brent, referência global, ultrapassou a marca de US$ 80 ao longo do dia, maior nível em três anos, e fechou pregão cotado a US$ 79,09, queda de 0,55%.
Especialistas dizem que a pressão sobre os preços do petróleo e do gás natural tem razões econômicas, geopolíticas e ambientais. O cenário afeta o Brasil e levou a Petrobras a aumentar ontem os preços de venda do diesel aos distribuidores em 8,9%.
Para o chefe de pesquisas para o “upstream” (exploração e produção) da consultoria Wood Mackenzie na América Latina, Marcelo de Assis, apesar da instabilidade recente, não há riscos de a produção global de petróleo e gás deixar de atender à demanda, uma vez que ainda há espaço para aumento da oferta global. Isso porque parte da produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) segue restrita.