Combustíveis em alta: Etanol volta a subir após três semanas de queda nos postos

Usinas mantêm produção de etanol em alta, apesar da valorização do milho
20/07/2021
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20/07/2021
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Valor Econômico

Após três semanas de quedas nos postos brasileiros, o etanol voltou a apresentar aumento em seu preço médio. Ainda assim, na comparação mensal, o preço médio do biocombustível se retraiu em 1,5%. Já a gasolina, teve sua segunda semana consecutiva de elevação nas bombas.

Em média, o biocombustível custou R$ 4,322 por litro no período entre 11 e 17 de julho. O valor correspondeu a um aumento de 1,1% no comparativo com a semana anterior, quando o renovável foi comercializado R$ 4,274/L na média nacional. Já a gasolina teve uma ampliação ainda maior, de 1,53%, saindo de R$ 5,743/L para R$ 5,831/L.

Os valores correspondem ao levantamento semanal realizado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Mesmo com o aumento para o etanol, o biocombustível segue ganhando competitividade, uma vez que os incrementos da gasolina foram maiores. No período analisado, o renovável custou o equivalente a 74,1% do preço de seu correspondente fóssil; na semana anterior, o indicador era de 74,4%.

Com isso, o etanol entra em sua quarta semana consecutiva de melhora na competitividade. Ainda assim, o renovável segue acima do limite comercialmente estabelecido de 70% do valor da gasolina na média do país. Mato Grosso permanece como o único estado em que o biocombustível é economicamente vantajoso para os motoristas.

Nas usinas, o biocombustível também sofreu aumentos na semana, de acordo com dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq-USP. Nas unidades paulistas, o produto teve uma ampliação semanal de 1,3%, chegando a um preço de R$ 2,9618/L. Já nas produtoras goianas, o aumento foi de 1,66% e, nas mato-grossenses, de 1,71%.

É importante reiterar que as comparações de preços nos postos não são exatamente precisas, já que o levantamento do valor dos combustíveis ainda não está sendo realizado em todas as cidades brasileiras.

Na semana analisada, foram levantados os dados de postos de 325 municípios, quatro a mais do que no período anterior. Desta forma, a comparação semanal segue comprometida, uma vez que o número de localidades pesquisadas muda a cada análise.

Variações nos estados

De 11 a 17 de julho, o preço do etanol nos postos subiu na média de 21 estados, caiu em quatro e no Distrito Federal e não foi analisado no Amapá. Já a gasolina só teve queda no Distrito Federal.

Em São Paulo, o maior estado produtor e consumidor de etanol do país, o produto teve um aumento de preço de 0,7%, sendo vendido a R$ 4,097/L na média semanal — o menor valor de toda a análise. Já gasolina custou R$ 5,482/L ao consumidor paulista, crescimento de 1,1%. O maior aumento para a opção fóssil fez com que a relação de preços melhorasse em favor do renovável, ficando em 74,7% ante os 75,1% do período anterior. A pesquisa foi feita em 105 cidades paulistas, mesma quantia da semana anterior.

Já em Goiás, o etanol foi vendido a R$ 4,509/L na média da semana, o maior valor dentre os seis estados que mais produzem o biocombustível. No período, houve um incremento de 6,2% no preço do produto, também o mais elevado de toda a análise. A gasolina sofreu um crescimento um pouco menor, de 4,82%, deixando a relação entre os preços em 72,7%, mais desfavorável ante os 71,8% de uma semana antes. Oito cidades goianas foram consideradas no levantamento, três a menos que no período anterior.

Por sua vez, Minas Gerais teve uma ampliação de 0,8% no preço médio do etanol, ficando em R$ 4,332/L. A gasolina sofreu acréscimo de 1% e foi negociada a R$ 6,013/L, em média. Com isso, o renovável custou 72% do preço do fóssil no estado, pouco abaixo do registrado na semana anterior. No total, 32 municípios mineiros participaram da pesquisa, um a mais do que na semana anterior.

Mato Grosso, que possuía o etanol mais barato no país, perdeu o posto para São Paulo após o aumento semanal de 2,9% no preço do produto; o terceiro maior de toda a análise. Com isso, o biocombustível foi comercializado no estado a R$ 4,143/L. Já a gasolina teve um crescimento de 2,16%, passando a R$ 5,969/L. Desta forma, a relação entre os preços decaiu dos 68,9% da semana anterior para 69,4%, ficando mais próxima do limite de 70%.

Ainda assim, esta é a terceira semana consecutiva em que o etanol é economicamente vantajoso no estado, após sete sem ser considerado competitivo. A ANP fez a pesquisa em seis municípios do estado, a mesma quantidade que no período anterior.

Em Mato Grosso do Sul, o valor médio do etanol teve um crescimento de 0,3%, sendo vendido a R$ 4,501/L. A gasolina também sofreu um aumento no preço, de 1,15%, ficando em R$ 5,827/L. Assim, o biocombustível passou a custar o equivalente a 77,2% do preço de seu concorrente fóssil, pouco abaixo do visto uma semana antes. Somente Campo Grande, Corumbá e Dourados participaram do levantamento.

Por fim, o Paraná segue apresentando a mais alta relação entre os preços dentre os seis maiores produtores de etanol do país, com 78,2%. Mesmo assim, houve uma pequena melhora no comparativo semanal, pois o etanol sofreu um aumento de 0,54% — sendo vendido por R$ 4,311/L na média estadual –, enquanto a gasolina passou por um incremento maior, de 1,04%, ficando em R$ 5,512/L. No total, 20 cidades foram pesquisadas, uma a mais do que uma semana antes.

Os preços do etanol e da gasolina por região, estado ou cidade desde 2018 estão disponíveis na planilha interativa (exclusiva para assinantes). Também estão disponíveis gráficos avançados e filtros interativos sobre o comportamento dos preços.

Comparação comprometida

Após mais de dois meses em pausa, o levantamento de preços nos postos voltou a ser realizado semanalmente no final de outubro de 2020. Ainda assim, as comparações entre as análises não são precisas, já que o número de municípios pesquisados vem mudando semanalmente, conforme já era previsto pela ANP.

Entre 11 e 17 de julho, 325 cidades foram pesquisadas, quatro a mais do que no período anterior. O levantamento inclui todas as capitais dos estados brasileiros. Algumas localidades deixaram de participar no comparativo semanal, mudando o número de municípios de alguns estados.

Apesar da progressão no número de cidades, o total está abaixo do objetivo divulgado pela ANP: 459. A agência vem demonstrando dificuldades em cumprir com o esperado em relação ao levantamento desde a pausa, quando tinha uma expectativa de data de retomada que não foi atingida e atrasou mais de um mês.

Com este retorno gradual, os números seguem não correspondendo à média dos postos dos estados como ocorria antes da pausa. A comparação semanal também deve ser observada com cautela, já que a amostra pode aumentar ou diminuir semanalmente.

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