Opep e aliados concordam em elevar produção de petróleo para segurar alta de preços dos combustíveis

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A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (Opep+) concordaram neste domingo em aumentar a produção de petróleo a partir de agosto, para segurar a alta dos preços nos próximos meses.
Em reunião, a Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos decidiram que vão adicionar gradualmente mais suprimentos de petróleo ao mercado, encerrando uma disputa de duas semanas entre ambos que causou instabilidade no valor do petróleo no mercado.
Com oferta limitada de petróleo e aumento da demanda com a retomada das economias a tendência era de os preços dispararem. Isso poderia levar empresas como a Petrobras a serem pressionadas a reajustar ainda mais o preço de derivados de petróleo, como gasolina, diesel e gás de cozinha.
O acordo de hoje prevê produção extra de 400 mil barris por dia a cada mês a partir de agosto até que toda a produção interrompida tenha sido reativada.
O negócio também dará aos Emirados Árabes Unidos e a vários outros países linhas de base mais altas em relação às quais seus cortes de produção são medidos, a partir de maio de 2022, segundo um comunicado do grupo.
O nível dos Emirados Árabes Unidos foi aumentado para 3,5 milhões de barris por dia, abaixo dos 3,8 milhões que inicialmente exigia, mas acima da linha de base anterior de 3,17 milhões.
“A construção de consenso é uma arte”, disse o ministro da Energia da Arábia Saudita, príncipe Abdulaziz bin Salman, a repórteres, sem dar detalhes da negociação após reunião com os Emirates Árabes.
Segundo ele, o grupo continuará se reunindo todos os meses, incluindo uma revisão do mercado em dezembro, e pode ajustar o cronograma se necessário.
Menor risco inflacionário
A trégua entre os dois aliados de longa data vai aliviar um aperto de oferta iminente e reduzir o risco de um aumento inflacionário do preço do petróleo.
Isso também põe fim a uma disputa diplomática que irritou os comerciantes, já que a luta entre os dois aliados de longa data arriscava a desfazer o acordo mais amplo entre a Opep+, que sustentou a recuperação dos preços do petróleo.
O acordo também traz aos consumidores uma visão mais clara da rapidez de como a Organização irá restaurar os 5,8 milhões de barris por dia de produção que ainda está retendo, os quais foram cortados no início da pandemia.
O entendimento também resolve queixas de longa data que causaram tensões dentro da Opep+ desde o final de 2020.
Os Emirados Árabes bloquearam um acordo no início deste mês, argumentando que a forma como sua cota foi calculada era injusta porque não refletia uma expansão da indústria do país.
As tensões vão além da diplomacia do petróleo em meio à crescente rivalidade econômica entre ambos. Os ministros de cada país usaram entrevistas na mídia para apresentar seu caso, remexendo na memória da guerra de preços entre a Arábia Saudita e a Rússia em 2020 e também nas ameaças anteriores dos Emirados Árabes de deixar o cartel.
Mas, com um negócio bem-sucedido na bolsa, os dois países enfatizaram a força e a amizade de seu relacionamento.

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