Tribuna da Bahia
Com preços competitivos em relação aos combustíveis concorrentes, GNL será produzido em Itaparica
Na atualidade uma das maiores preocupações dos baianos é o marcador da bomba de combustível. A variação quase que semanal dos preços não interfere somente na vida de quem tem veículo próprio, mas também no valor do transporte público e até mesmo a conta do supermercado no final do mês. Em busca pela diversificação das fontes que tornem o produto mais barato, a Bahia já deu a largada para que em um futuro próximo possa garantir que o gás natural esteja ao alcance de todos, através da ampliação da produção e fornecimento de GNL (gás natural liquefeito) em todo o estado.
Para quem não sabe o modelo liquefeito nada mais é do que o gás natural que depois de ser filtrado e condensado, é resfriado a uma temperatura de -163ºC. Todo esse processo consegue facilitar o armazenamento e transporte do combustível, é o que informa o presidente da Petrobahia, Thiago Andrade: “Com a chegada do GNL solucionamos um problema logístico que não permitia que muitas regiões do estado tivessem acesso ao gás natural, já que o transporte depende da instalação de dutos, e esse sistema demanda um investimento muito alto”.
Segundo Thiago, o formato liquefeito possibilita o transporte do combustível por navios e caminhões como hoje é feito com outras fontes – a exemplo da gasolina, etanol e óleo diesel -, porém com uma considerável vantagem no custo do produto, qualidade e responsabilidade ambiental, já que o gás natural polui muito menos do que os seus concorrentes. “O cenário do gás natural automotivo mudou bastante nos últimos anos. As conversões de 5ª geração não reduzem a potência dos veículos e nem aumentam o desgaste das peças, como ocorriam nas primeiras gerações de convertedoras de gás”, aponta.
Thiago Andrade, presidente da Petrobahia.
Na Europa, um dos principais mercados consumidores do gás natural, o transporte viário de cargas já conta com ampla alimentação desta fonte de combustível, já que é comum ver caminhões equipados para esta modalidade. O secretário estadual de infraestrutura, Marcus Cavalcanti afirma que no Brasil o cenário de possibilidades começa a mudar com expansão das bases de GNL.
“Com o gás liquefeito poderemos formar os chamados corredores azuis, que são rodovias com postos para gás que permitirão ao caminhoneiros que transportam cargas pelo Brasil a abastecerem seus veículos”, destaca. “Assim teremos um combustível mais barato e que dará muito mais autonomia aos automóveis. Isso certamente refletirá no preço das mercadorias pagas pelo consumidor” – Marcus Cavalcanti, secretário de infraestrutura do Estado da Bahia
Para entender a equação, o caminhão que antes tinha uma autonomia de 700km, rodando com diesel, passa a percorre até 1200km utilizando o gás natural. Além disso, Thiago Andrade afirma que o GNL tem sido visto como uma excelente solução para a indústria, já que fora o custo benefício, o combustível substitui meios mais poluentes, alinhando a produção às demandas sustentáveis do mercado internacional.
Potencial
Fundada em 1996, a Petrobahia que intensificou os investimentos nos últimos 10 anos no fornecimento de gás natural, recentemente desenvolveu uma parceria com a americana News Fortress Energy para criar a primeira rede de produção e distribuição de Gás Natural Liquefeito (GNL) do Nordeste. Produzindo o combustível a partir de uma unidade em Itaparica, a operação levará o GNL primeiro para a cidade de Jequié, seguido por Candeias, Jaguaquara e Vitória da Conquista, além de outros 50 municípios já mapeados com potencial para este mercado. “Nosso objetivo inicialmente é ampliar o fornecimento do gás para as regiões que não tem a infraestrutura de gasodutos e desenvolver esses mercados de maneira complementar”, afirma Thiago.
Com a nova planta de liquefação em Itaparica, a empresa será capaz de produzir até 20.000 m³ de GNL por dia, podendo atender não só os postos da Bahia como de outros estados do Nordeste.