O Globo
A questão da qualidade do biodiesel nacional e o possível efeito nos veículos que o utilizam são o que causam mais conflito entre produtores e revendedores. “Hoje, a maior questão dos postos é a qualidade”, disse o presidente da Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis), Paulo Miranda Soares, nesta quinta-feira durante Broadcast Live, programa de entrevistas da Agência Estado. “O único problema que enxergamos (no aumento da mistura) envolve a qualidade do biodiesel. O mercado define o preço, o importante é um produto de qualidade”, enfatizou. Miranda diz que apoia o novo programa da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para monitorar a qualidade do biocombustível.
Ele afirmou que os revendedores estão “pagando o pato sozinhos”. “Quando dá defeito, muitas concessionárias já dizem que foi por causa do diesel, e há quem pense que houve adulteração nos postos.”
O presidente do Conselho de Administração da Associação dos Produtores de Biocombustíveis do Brasil (Aprobio), Erasmo Carlos Battistella, disse que podem existir problemas pontuais de qualidade do biodiesel brasileiro, e que a entidade apoia iniciativas da ANP de melhora na qualidade. Ele destacou, porém, que isso deve ser feito em todas as fases da cadeia, e não apenas no refino.
Para assistir a live completa, que contou com a participação de Paulo Miranda Soares, clique aqui.
A Petrobras está em negociações para se desfazer de suas atividades de exploração e produção de gás na Bolívia. A informação foi antecipada pelo colunista Ancelmo Gois em seu blog e confirmada pelo GLOBO. A intenção da estatal é encerrar ainda todas as atividades na Argentina e na Colômbia.
Na Bolívia, a produção de gás vem principalmente dos campos de San Alberto e San Antonio, onde a Petrobras detém 35% de participação em contratos de operação de serviços, que são operados principalmente para fornecer gás para o Brasil e a Bolívia.
Na semana passada, a estatal iniciou a fase vinculante referente à venda de seus 51% na Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil (TBG). A TBG é a dona e operadora do gasoduto Bolívia-Brasil em território brasileiro, com extensão de 2.593 km e capacidade de transporte de até 30 milhões de metros cúbicos de gás por dia.
Segundo uma fonte, a estatal está em negociações para vender, além dos campos de produção, as três unidades de processamento de gás natural (UPGN) que tem no país. Também estaria nos planos a venda da participação de 11% na Gás Transboliviano (GTB), que é responsável pelo lado boliviano do gasoduto Bolívia-Brasil, com extensão de 557 km.
A venda de 51% na TBG faz parte do acordo feito com o Cade em 2019, que prevê a saída da Petrobras no segmento de transporte de gás como forma de aumentar a competição no setor. O objetivo é reduzir o preço do gás no Brasil. Semana passada, estatal anunciou novo modelo de contrato de fornecimento de gás com as distribuidoras.
As vendas dos ativos de exploração e produção nos países da América do Sul e a venda do gasoduto fazem parte do plano de desinvestimento da estatal, que prevê arrecadar entre US$ 25 bilhões e US$ 35 bilhões.
Apesar de ter sido feito na gestão de Roberto Castello Branco, fontes ressaltam que o novo presidente da estatal, Joaquim Silva e Luna, vai manter o planejamento.
A empresa entrou na Bolívia em 1996 e 2006 o governo do então presidente Evo Morales decretou a nacionalização das reservas e ativos de petróleo no país, o que gerou disputa entre a Petobras e o governo do país vizinho.