O GLOBO
A Petrobras anunciou nesta segunda-feira que aprovou novos modelos contratuais para venda de gás natural às distribuidoras. Na prática, a estatal quer ter outras formas de reajustar os preços do gás além de se basear na cotação do petróleo no mercado internacional e da taxa de câmbio.
A partir deste mês começou a valer o aumento de 39% no preço do gás para as distribuidoras anunciado pela estatal ainda antes da posse do novo presidente da empresa, o general Joaquim Silva e Luna.
O aumento provocou novas queixas do presidente Jair Bolsonaro em relação à política de preços da Petrobras.
A companhia informou que o novo modelo de negociação contratual com as distribuidoras de gás canalizado vai prever reajustes atrelados às cotações do chamado “Henry Hub”, um entroncamento de gasodutos no estado da Lousiana, no Golfo do México.
Trata-se de uma referência de preço usada nos Estados Unidos por reunir inúmeros vendedores e compradores de gás, que podem realizar livremente trocas entre si, gerando, com isso, a cada momento, um preço de equilíbrio, resultante dessas negociações, explicou a Petrobras em nota.
‘Menor volatilidade’
O objetivo da estatal com a nova referência é prover uma nova alternativa de precificação com “menor volatilidade, sem abrir mão do alinhamento com os preços internacionais”.
Além disso, a Petrobras que hoje reajusta os contratos a cada três meses vai criar três alternativas: contratos de seis meses, um ano e quatro anos.
Para especialistas, a mudança faz parte do acordo feito com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para permitir maior concorrência no setor e a queda do preços.