Valor Econômico
A petrolífera anglo-holandesa Royal Dutch Shell registrou lucro líquido de US$ 5,66 bilhões no primeiro trimestre de 2021, revertendo prejuízo de US$ 24 milhões obtido em igual período do ano passado. O resultado também é bem superior ao prejuízo de US$ 4 bilhões registrado no quarto trimestre de 2020.
O bom desempenho — impulsionado pela recuperação de preços do petróleo e gás – faz as ações da empresa subirem 1,20% na manhã desta quinta-feira na bolsa de Londres.
Segundo a gigante do petróleo, o lucro ajustado a custos de substituição — uma métrica semelhante ao lucro líquido que as empresas de petróleo dos Estados Unidos reportam — foi de US$ 3,23 bilhões no período, 13% acima dos US$ 2,86 bilhões registrados há um ano. A métrica também ficou acima do consenso do mercado, de US$ 3,12 bilhões, feito pela Vara Research.
O fluxo de caixa ficou maior que o esperado, atingindo US$ 8,29 bilhões, acima da projeção do mercado de US$ 7,51 bilhões. A dívida líquida da empresa caiu em US$ 4,1 bilhões, para US$ 71,3 bilhões, no fim de março. A meta da Shell é reduzir a dívida líquida para US$ 65 bilhões antes de distribuir entre 20% e 30% do fluxo de caixa das operações para acionistas por meio de dividendos e recompra de ações.
No entanto, mesmo com a recuperação dos preços do petróleo, a empresa não deverá revisar o valor de seus ativos, informou a diretora financeira da empresa, Jessica Uhl, durante teleconferência com analistas.
A Shell fez uma baixa contábil de cerca de US$ 22 bilhões no ano passado depois de revisar seu cenário de preços de petróleo para o longo prazo. Segundo ela, não há nada nesse momento que leve a empresa a alterar seu cenário de fundamentos para os próximos dez a vinte anos.
Para o RBC Capital Markets, a Shell está pagando sua dívida mais rápido que o esperado. O banco destacou também a melhora da empresa em todos os segmentos, e uma geração de fluxo de caixa mais forte que o esperado, reflexo da melhora dos fundamentos do setor.
Projeções
A Shell reduziu suas projeções de produção para o segundo trimestre. A empresa informou que a produção de gás natural deve ficar entre 880 mil e 940 mil barris de petróleo-equivalente por dia, com os volumes de gás natural liquefeito entre 7,6 milhões e 8,2 milhões de toneladas.
Esses números são menores que os 967 mil barris de petróleo-equivalente de gás natural por dia e os 8,2 milhões de toneladas de gás natural liquefeito registrados no primeiro trimestre.
A produção de petróleo também deve cair no segundo trimestre para algo entre 2,15 milhões e 2,35 milhões de barris diários, ante 2,46 milhões de barris registrados no primeiro trimestre.
As vendas de derivados de petróleo devem ficar entre 4 milhões de barris e 5 milhões de barris diários, enquanto as vendas de produtos químicos devem atingir de 3,5 milhões a 3,8 milhões de toneladas.
A empresa informou um dividendo de US$ 0,1735 por ação para o período, acima dos US$ 0,1665 do quatro trimestre e dos US$ 0,16 verificados há um ano.