Valor Econômico
A Fecombustíveis, representante dos postos de revenda de combustíveis, enviou um ofício ao presidente da República, Jair Bolsonaro, alertando-o para a tendência de aumento do preço do diesel a partir de maio e possível “estopim” para uma nova greve dos caminhoneiros.
No documento, assinado também pelo Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo (Sincopetro), o setor pede a redução da atual mistura de biodiesel ao óleo diesel.
Segundo as estimativas dos revendedores, o preço do litro do diesel pode sofrer um impacto de R$ 0,67 em maio, devido ao aumento dos custos de aquisição do biodiesel e ao fim da isenção do Pis/Cofins sobre o combustível – que era válido apenas para março e abril –, sem contar possíveis aumentos nos preços de referência (PMPF) utilizados pelos Estados para efeitos de cálculos do ICMS.
“Este aumento, caso se confirme, será desastroso para a economia brasileira e certamente os caminhoneiros não aceitarão, pois não têm como absorver, e poderão iniciar movimento grevista semelhante ao de 2018”, cita o documento.
Impacto menor
Segundo a Fecombustíveis, se a mistura for reduzida temporariamente dos atuais 13% para 10% e a isenção do PIS/Cofins do óleo diesel for mantida, o impacto no custo do produto pode se limitar a cerca de R$ 0,20/litro.
A entidade destaca que os custos de biodiesel têm subido nos últimos leilões da Agência Nacional de Petróleo (ANP).
Na concorrência que comprou volumes para abastecimento do mercado para os meses de março e abril, o litro do biocombustível foi negociado a R$ 4,71, 56% mais caro que a licitação que contratou cargas para igual bimestre de 2020.
No leilão mais recente, para o bimestre de maio e junho, que se encontra em andamento, o preço médio do produto estava em torno R$ 7,50/litro. A ANP suspendeu a concorrência nesta terça-feira (6).