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Os preços do etanol tiveram forte queda no principal mercado consumidor do Brasil durante a última semana, à medida que a adoção de medidas restritivas no combate à pandemia de coronavírus afeta a demanda, disse nesta segunda-feira o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), ligado à Universidade de São Paulo.
O Cepea indicou em relatório semanal que os preços do etanol em São Paulo, maior mercado do combustível no país, recuaram 16% na semana passada.
‘Essa baixa? foi a mais intensa de toda a temporada 2020/21 e esteve atrelada à redução acentuada da demanda’, disse o centro, acrescentando que apenas alguns negócios foram concretizados ao longo da última semana e envolveram volumes pequenos, tendo em vista que distribuidoras seguiram trabalhando com o produto comprado anteriormente.
O governo do Estado de São Paulo decretou a fase emergencial, a mais restritiva do plano de contingência local, para combater o crescente número de casos de Covid-19, que tem deixado o sistema de saúde à beira do colapso.
A queda no preço do etanol reforça a expectativa de que as usinas brasileiras priorizem a produção de açúcar na nova temporada, que começa em abril, em detrimento do biocombustível -a exemplo do que ocorreu na safra anterior, quando o maior produtor global de açúcar fabricou um volume recorde do adoçante.
‘Se o Brasil não conseguir controlar (ou não quiser controlar) o vírus, a economia vai sofrer e a demanda por gasolina/etanol também vai sofrer, obrigando as usinas a produzir o máximo possível de açúcar’, disse um corretor baseado em Nova York.
Os contratos futuros do açúcar bruto atingiram uma mínima de três meses nesta segunda-feira, com a queda nos preços do etanol no Brasil sendo vista como uma das razões para o movimento de baixa no adoçante (Reuters, 29/2/21)