Valor Econômico
Nos últimos anos, o Brasil sempre esteve entre os dez maiores produtores de veículos do mundo. O potencial de mercado de um país continental, de onde se pode abastecer toda a América do Sul, seduziu os principais fabricantes de EUA, Europa, Japão e Coreia. Atraídas por incentivos, multinacionais construíram parque industrial gigante, que hoje conta com 38 fábricas, de 23 montadoras, apto a produzir cinco milhões de veículos por ano. No entanto, o máximo produzido foram 3,7 milhões, em 2013.
Recentemente, o país começou a perder força no cenário global. A situação agravou-se com a ascensão de um governo que não tem a indústria automobilística entre suas prioridades, a iminência do fim de benefícios fiscais, a perda de renda do consumidor e o enfraquecimento das exportações em razão da crise na Argentina, principal mercado externo.
O mais grave, porém, é que o Brasil já perdeu relevância no desenvolvimento de novos produtos, voltados hoje para carros elétricos, autônomos e tudo o que se busca para atender às novas necessidades de transporte. O consultor internacional Jaime Ardila diz que não vai se surpreender se ao menos uma montadora decidir deixar o país.