Fonte: Reuters
Refinarias costumam celebrar as quedas no preço do petróleo, algo que tende a impulsionar seus lucros, mas dessa vez se veem obrigadas a considerar longas manutenções e contemplar a desaceleração da produção, à medida que a demanda é afetada por restrições a viagens em meio à pandemia de coronavírus.
Na Ásia, as margens para a produção de combustíveis despencaram nesta semana para mínimas de vários meses ou anos, depois que mais países impuseram restrições a viagens internacionais e limitaram movimentações domésticas, parte das medidas para desacelerar o espalhamento do vírus.
As refinarias asiáticas estão produzindo gasolina com perda de 0,78 dólar por barril de petróleo Brent, a maior em 13 meses.
Já na Europa, as refinarias perdem quase 7 dólares para cada barril de gasolina produzido, cifra que não era vista há 11 anos.
Enquanto isso, os diferenciais para os carregamentos de combustível de aviação recuaram para uma mínima recorde devido à falta de demanda.
“Quando os preços do petróleo recuaram com força no início da semana passada, eles deram um incentivo para que as refinarias mantivessem operações inalteradas. Eventualmente, com o avanço da situação relacionada ao vírus, este se tornou um momento para que as refinarias do mundo considerem promover cortes”, disse um operador com base em Seul.
Sob condição de anonimato, operadores afirmaram que é muito difícil para refinarias planejar taxas de operação, já que a situação se altera diariamente.
As refinarias enfrentam uma escolha entre estender os períodos de manutenção enquanto as margens se mantêm fracas ou aproveitar os baixos preços para acelerar trabalhos e preencher as reservas com produtos refinados.
No entanto, uma vez que os estoques estiverem cheios, as taxas de refino teriam de ser reduzidas acentuadamente.
“As refinarias europeias terão de reduzir as operações para o menor nível possível tecnicamente, ou seja, 70% a 80%”, afirmou um trader, considerando a segunda possibilidade.