Fonte: Valor Econômico
Depois de fechar 2019 com crescimento de 2,9%, o consumo de combustíveis começou 2020 mantendo a trajetória de alta, mas em ritmo menor. Segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP), as vendas totalizaram, em janeiro, 11,3 bilhões de litros, o que representa uma elevação de 1% frente a igual período do ano passado.
Janeiro foi um mês marcado pelo início da expansão do surto do novo coronavírus (covid-19) pela Ásia, especialmente na China. Com o novo quadro de epidemia, a expectativa é que haja uma queda global na demanda por energia. Os efeitos sobre o mercado interno, porém, seguem incertos.
Esta semana, o presidente da Raízen, Luis Henrique Guimarães, afirmou que a previsão para 2020 era de expansão na demanda no mercado do Ciclo Otto (veículos que rodam a gasolina e/ou etanol), mas que a disseminação global do coronavírus e o cenário de baixa nos preços do barril do petróleo trouxeram incertezas ao mercado.
“O cenário para 2020 era de que o crescimento do ciclo Otto continuaria, mas vamos ver o que vai acontecer diante dos últimos acontecimentos”, afirmou o executivo, na segunda-feira (9), durante encontro com investidores, no Cosan Day.
De acordo com os dados da ANP, janeiro foi um mês positivo para os mercados de diesel e Ciclo Otto.
Historicamente vinculado ao desempenho da economia, sobretudo dos setores industrial e do agronegócio, a comercialização de diesel subiu 0,9% em janeiro, para 4,4 bilhões de litros. Em 2019, para efeitos de comparação, o crescimento havia sido de 3%.
Já as vendas de gasolina cresceram 1,3%, para 3,16 bilhões de litros, revertendo a trajetória de queda dos últimos anos. Com a perda de competitividade para o etanol, o consumo do derivado caiu 0,5% em 2019.
O etanol hidratado manteve a trajetória de alta. Num período de entressafra, as vendas do biocombustível cresceram 2,2% em janeiro, para 1,9 bilhão de litros, depois de terem fechado o ano passado com expansão de 16,3%.
Com isso, o mercado do Ciclo Otto subiu 1,5% no primeiro mês do ano, em gasolina equivalente. O segmento está muito ligado ao consumo das famílias.
Ainda segundo a ANP, houve uma alta de 1,1% no consumo de gás liquefeito de petróleo (GLP) em janeiro, na comparação anual.
Por outro lado, houve queda na demanda por querosene de aviação (-3,5%), óleo combustível (-0,4%), gasolina de aviação (-23%) e querosene iluminante (-27%).