Fonte: O Globo
Na busca por recursos para reduzir seu nível de endividamento, a Petrobras pretende acelerar seus planos de privatização. A companhia tem como meta zerar sua participação no mercado de distribuição e transporte de gás natural. Uma medida nessa direção anunciada ontem foi a intenção de vender sua fatia de 51% das ações da TBG, dona do gasoduto Brasil-Bolívia. — Desinvestimentos não significam redução de empregos e desmonte. A Petrobras foi quase desmontada. Estamos reconstruindo a Petrobras — disse o presidente da estatal, Roberto Castello Branco. Em teleconferência com analistas de mercado, a venda de ativos foi um dos destaques. Além da TBG e da venda de uma fatia de 10% do capital que ela ainda detém nas redes de gasodutos NTS e TAG, a diretora de Refino e Gás Natural da Petrobras, Anelise Lara, citou a intenção
da companhia de vender 51% na Gaspetro, que reúne investimentos em distribuidoras estaduais de gás. —Estamos conversando com a Mitsui (sócia da Gaspetro, com 49%). Eles têm direito de preferência. Ou a gente sai (da Gaspetro) ou vende as participações nas distribuidoras estaduais. Estamos discutindo e não sabemos qual será o modelo final. Nossa expectativa é que tudo ocorra até o final de 2021 —disse Anelise. Em outra iniciativa que visa a equacionar as contas da estatal, a Petrobras pretende operar com parceiros em mais da metade de seus campos de petróleo. Carlos Alberto Pereira, diretor de Exploração e Produção, disse que o número de parceiros em campos de petróleo passará de 34% para 57% dos projetos.
— O objetivo é trabalhar mais em parcerias para agregar valor. O foco vai continuar em águas ultraprofundas, com os projetos representando 88% do portfólio em 2020 contra os atuais 55%. Na quinta-feira, a Petrobras divulgou lucro de R$ 18,866 bilhões de abril a junho deste ano, o melhor resultado trimestral já registrado pela companhia. Com isso, a estatal vai distribuir R$ 2,61 bilhões de jurosdecapitalpróprioaosacionistas. Porém, o presidente da estatal, Roberto Castello Branco, disse que, por ele, não pagaria dividendo algum. — Embora a companhia tenha obtido lucro, a Petrobras não tinha que pagar dividendo nenhum. Só deveria pagar quando a companhia recuperar de fato sua situação financeira —disse Castello Branco. De olho nos custos, a Petrobras pretende definir o futuro do Comperj em setembro deste ano. É quando será concluído estudo técnico que definirá o valor necessário para a construção do empreendimento pelos chineses da CNPC, segundo a Anelise Lara:
— Esse estudo técnico será concluído no fim de setembro. É quando teremos uma avaliação para a gente saber se leva o Comperj à frente ou não.