Fonte: Valor Econômico
A Petrobras já acumula 19 dias sem reajustes nos preços do diesel nas refinarias. É o período mais longo sem mudanças nos preços desde o fim do programa de subvenção implementado pelo governo Michel Temer, no segundo semestre de 2018, que mantinha os valores do diesel congelados, nas refinarias, por um mês.
A estimativa, segundo um analista de um importante banco de investimentos, é que o reajuste represado esteja entre 3% a 5%. A fonte, no entanto, afirma que, por ora, não há motivos para preocupação quanto a prejuízos, porque a estratégia da Petrobras é utilizar mecanismos de proteção, como o hedge com o emprego de derivativos, para preservar a rentabilidade de suas operações.
Em meio a rumores de uma nova greve dos caminhoneiros, a estatal divulgou, no dia 26 de março, que passaria a reajustar os preços do diesel nas refinarias por períodos não inferiores a 15 dias. Desde então, não houve correções nos valores nas refinaras. A última mudança nos preços foi feita no último dia 22 de março.
No acumulado do ano, em 100 dias (a serem atingidos amanhã), a Petrobras reajustou o diesel 14 vezes – uma média de um reajuste por semana. A média, em igual período do ano passado, era de um reajuste a cada 1,6 dias.
Já na gasolina, a Petrobras está sem reajustar os preços do combustível há cinco dias. Entre 19 de março e 4 de abril, a companhia ficou 17 dias sem mudar os preços nas refinarias. Depois disso, aumentou os valores em 5,6%.
No acumulado do ano, são 24 reajustes nos preços da gasolina nas refinarias, uma média de um reajuste a cada quatro dias. Em setembro de 2018, em resposta à greve dos caminhoneiros, a companhia anunciou uma mudança na sua política de preços e passou a trabalhar com mecanismos de hedge, de forma a aumentar os períodos de estabilidade dos preços nas refinarias.
Na ocasião, a empresa informou que o hedge passaria a ser adotado “por não mais do que 15 dias”. Até então, a estatal praticava reajustes a qualquer momento. Nos 100 primeiros dias de 2018, para efeitos de comparação, a Petrobras reajustava os preços da gasolina, em média, a cada 1,7 dias.