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Fonte: Valor Online

Após fechar o primeiro semestre com margens e vendas menores em sua rede de postos e com uma perda de R$ 200 milhões com a greve dos caminhoneiros, por causa da depreciação dos estoques de diesel, a BR Distribuidora acredita na recuperação do varejo no segundo semestre. A companhia, porém, vê um cenário desafiador, sobretudo no mercado de diesel.
O diretor da rede de postos da BR, Marcelo Bragança, destaca que a empresa vem trabalhando quase sem nenhuma flexibilidade comercial nos preços do diesel, em função do programa de subsídios anunciado pelo governo. Segundo ele, não há espaço, hoje, para ajustes comerciais. "No segundo semestre, de fato, no mercado de diesel, vamos continuar desafiados", disse Bragança, durante teleconferência ontem com analistas.
A BR registrou queda de 3% nas vendas nos postos no segundo trimestre e de 2,1% no primeiro semestre, ante igual período do ano passado. A margem Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) recuou 9,9% no trimestre passado e 3,5% no semestre em sua rede.
Segundo Bragança, a maior participação do etanol hidratado no mix de vendas - em detrimento da gasolina - tem afetado a margem da companhia e torna o cenário desafiador quanto à rentabilidade. Ele vê, contudo, sinais de melhora no mercado.
"O ambiente competitivo continua bastante acirrado, essa foi a tônica do primeiro semestre, mas vemos, sim, algumas melhoras… Vemos o mercado mais favorável tanto para embandeiramento quanto para captura de rentabilidade, com precificação melhor nos postos", afirmou o executivo.
No primeiro semestre, a BR ampliou sua rede em 243 postos (líquidos), frente a igual período do ano passado. Ainda no segmento de postos, a Bragança disse que a companhia pretende definir ainda este ano a modelagem do programa de parcerias na área de lojas de conveniência.
"Estamos em fase final de contratação do assessor financeiro. A expectativa é que neste ano o assunto tenha condição de ser deliberado no conselho de administração", disse o executivo.
Apesar da queda da margem nos postos, a BR registrou, em seu negócio como um todo, uma margem Ebitda ajustada de R$ 50 por metro cúbico no segundo trimestre, o que representa um aumento em relação à margem de R$ 46 por m3, apurada em igual período do ano passado.
A companhia também fechou o segundo trimestre com um lucro líquido de R$ 263 milhões, ou seja, 3,75 vezes maior que aquele verificado entre abril e junho de 2017. O balanço foi fortemente influenciado pelas margens e pelos resultados financeiros - beneficiados pelo recebimento de R$ 304 milhões relativos às duas primeiras parcelas dos contratos de confissão de dívida assinados em abril com distribuidoras da Eletrobras.
O presidente da BR, Ivan de Sá Pereira Júnior, disse ontem, ainda, que o comando da distribuidora avalia a possibilidade de antecipar o pagamento de dividendos previsto para setembro. A companhia prevê distribuir R$ 433 milhões aos acionistas até 30 de setembro.
"Temos um nível de alavancagem bem baixo. Temos um compromisso de pagamento de dividendos em setembro e estamos avaliando antecipar isso… Nossa posição de caixa nos permite avaliar antecipação dos pagamentos", afirmou Em julho, a companhia já havia distribuído R$ 682 milhões em juros sobre capital próprio, referentes ao exercício de 2017.

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